Avenida Faria Lima: mesmo com os impactos econômicos provocados pela pandemia, a pesquisa capturou o crescimento no apetite por novas áreas corporativas das empresas. (Leandro Fonseca/Exame)
Victor Sena
Publicado em 24 de dezembro de 2020 às 07h00.
Apesar de o trabalho remoto ser uma tendência para o ano de 2021, como mostrou a última matéria de capa da EXAME, a maioria das empresas ainda entende que o escritório é um local chave para a integração, criatividade e trabalho dos funcionários.
Uma pesquisa feita pela Cushman & Wakefield mostra que 59% dos 158 executivos ouvidos não têm intenção de reduzir ou ainda não conseguem afirmar se irão diminuir o tamanho dos seus locais de trabalho. No entanto, 37% já afirma que a área de escritório não será reduzida.
No pós-pandemia, o tamanho do trabalho remoto deve variar conforme o setor e a escolaridade do profissional. A tendência é que haja a implantação de um modelo híbrido, como apontam especialistas ouvidos pela EXAME, e a própria pesquisa da Cushman.
A pesquisa da Cushman mostrou que 44% dos entrevistados esperam que seus negócios voltem a crescer até o fim de 2020, seguido por 32% que aguardam a retomada do crescimento num prazo maior, até o fim de 2021.
Com relação ao retorno aos escritórios, 84% dos entrevistados informaram que já retornaram ou pretendem retornar até o fim deste ano.
Mesmo com os impactos econômicos provocados pela pandemia, a pesquisa capturou o crescimento no apetite por novas áreas corporativas das empresas. Vale ressaltar que a Cushman fez um estudo com executivos de companhias que possuem entre 100 e mais de 5 mil colaboradores, que ocupam áreas de escritórios que vão de 250m² a 5 mil m² de diferentes segmentos da economia.
Entre os entrevistados, 36% dos que contavam com algum plano de locação ou obras mantiveram o projeto mesmo diante da pandemia, dos quais 47% seguiram com expansões de 21% a 40% do seu tamanho pré-pandemia.
Entre os que responderam ter interrompido o plano de expansão, 64% responderam que não foi devido a adoção do modelo de home office e 75% afirmaram ter sofrido médio ou alto impacto econômico devido à crise sanitária.
Parte das empresas já passaram ou passarão por mudanças na disposição dos seus layouts, com a intenção de promover maior distanciamento entre os colaboradores.
69% pretendem fazer estas adaptações, dos quais 27% responderam que as mudanças devem ser de maneira definitiva, enquanto outros 42% informaram que as reformas no ambiente de trabalho serão temporárias.