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Empresas devem abrir menos vagas no fim do ano do que na temporada de festas de 2021

Projeção da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas prevê criação de 94,7 mil postos. Expectativa era de 105 mil no ano passado

A projeção representa 11 mil postos a menos que a estimativa do ano passado, quando 105.723 eram esperadas para o período (Carsten Koall/Getty Images)

A projeção representa 11 mil postos a menos que a estimativa do ano passado, quando 105.723 eram esperadas para o período (Carsten Koall/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 10h19.

A menos de três meses das festas de fim de ano, empresários do comércio e do setor de serviços se preparam para iniciar as contratações que vão reforçar as operações no fim de 2022. A expectativa, no entanto, é menor do que a registrada no ano passado: segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Logistas (CNDL), 94,7 mil vagas devem ser abertas nos próximos meses. A projeção representa 11 mil postos a menos que a estimativa do ano passado, quando 105.723 eram esperadas para o período.

Para a entidade, as perspectivas de contratação foram afetadas pela combinação de inflação e juros altos e aumento do endividamento das famílias.

Merula Borges, especialista em Finanças da CNDL, pondera que o processo eleitoral, historicamente, traz insegurança para as empresas:

— Os empresários esperam quem vai ocupar a cadeira da Presidência e como vai ser a configuração do Congresso para entender como estarão as finanças e a situação fiscal. Além disso, 87% das empresas não demitiram nos últimos meses, então podem ter um quadro que não justifique novas contratações.

A pesquisa ouviu 770 empresários de todos os portes dos setores de comércio varejista e serviços nos 26 estados e o Distrito Federal. Apenas 26% dos entrevistados pretendem aumentar, ou já aumentaram, o número de empregados para o fim de ano, enquanto 61,5% não têm novas contratações em vista.

Entregador ganha espaço

O levantamento mostrou que 55% do total de postos esperados serão temporários — 70% deles para até três meses. Além disso, das vagas com data para acabar, 16% não devem se converter em efetivas. A média de remuneração é de R$ 1.648 e as contratações devem acontecer principalmente em outubro (30%) e novembro (26%).

Borges, da CNDL, chama atenção para a informalidade. De acordo com a pesquisa, 49% das vagas serão sem carteira assinada. Outros 48% serão vagas formais.

Além de datas tradicionais, como Natal, as empresas estão de olho em oportunidades com a Copa do Mundo, em novembro, mês da Black Friday.

— A Copa pode impulsionar as vendas, o que cria a necessidade de novas vagas — diz Merula.

As funções mais demandadas são as de vendedor (29%), ajudante (24%), balconista (16%), cabeleireiro(a) (7%), manicure (7%) e entregador (6%). Esta última, sequer aparecia no levantamento de 2021, mas ganhou espaço com a digitalização.

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