Nick Narodny, cofundador da Grovo, startup de ensino online: as aulas da Grovo são “do tamanho de uma mordida”, diz (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2015 às 17h04.
Os empregos que exigem do profissional um nível educativo mais elevado que o Ensino Médio e menos que uma faculdade de quatro anos historicamente serviram como “trampolim para a classe média”, segundo um relatório divulgado pela Faculdade de Negócios de Harvard no ano passado.
E melhor que isso: esses chamados empregos de “habilidades medianas” estão com uma alta demanda.
Contudo, muito poucos trabalhadores, segundo Harvard, possuem o treinamento correto para ocupá-los.
A Grovo, uma startup de ensino on-line, acredita que pode ter uma solução para isso.
Nesta terça-feira, a empresa lançou um site gratuito com videoaulas sobre 10 habilidades digitais que abrangem desde o mais básico, como, por exemplo, usar o mouse de um computador, até habilidades mais sutis como, por exemplo, criar uma marca pessoal ou uma rede no LinkedIn.
Em comparação com as palestras de uma hora de duração que outras empresas de ensino on-line têm oferecido, as aulas da Grovo são “do tamanho de uma mordida”, diz o cofundador Nick Narodny, “para combater a sobrecarga de informação”.
Cada videoaula tem apenas 60 segundos de duração.
Os empregos para quem tem habilidades medianas, aqueles para os quais a Grovo espera poder preparar os trabalhadores, pagam em média 18 por cento mais do que empregos semelhantes que não exigem habilidades digitais, segundo um relatório de março de 2015 da Capital One e da firma de análises de trabalho Burning Glass.
A demanda por empregos desse tipo também está crescendo mais rapidamente que a dos empregos não digitais, descobriram as duas empresas.
Contudo, pesquisadores da HBS descobriram no quarto trimestre do ano passado que continua sendo difícil preencher as vagas de empregos medianos -- incluindo operadores fabris, operários de produção e inspetores de qualidade.
Renda baixa
“Muitas vezes as pessoas que vêm de comunidades de renda baixa ou média não tiveram a oportunidade de serem capacitadas para usar diferentes tecnologias”, diz Carolyn Berkowitz, vice-presidente-geral de relações comunitárias da Capital One.
“Mas todos partem do princípio de que todo mundo sabe essas coisas”.
É cedo demais para saber se uma série de vídeos de um minuto pode fazer a diferença em relação à lacuna de habilidades digitais. Por exemplo, nem todos os que poderiam se beneficiar com o programa terão acesso a uma conexão com internet e a um computador. (A Grovo diz que se unirá a organizações sem fins lucrativos que trabalham em comunidades carentes para chegar aos trabalhadores de baixa renda que não possuem formação universitária, mas a empresa não especificou de que forma isso melhoraria o acesso digital).
Também não existem dados concretos que mostrem que pequenos vídeos são capazes de impulsionar alguém sem tanta educação formal a ter um emprego mediano com remuneração estável.
Narodny se mostra otimista de que a empresa atingirá pelo menos 5.000 trabalhadores de baixa renda nos próximos 12 meses.
“Nós sabemos que o microaprendizado é a forma mais efetiva de absorver informação on-line”, diz ele. “Nossa meta é dar às pessoas a capacidade de aprender habilidades fundamentais”.