Formula-1: Lewis Hamilton, da Mercedes, lidera a disputa (Mark Thompson/Getty Images)
Camila Pati
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 15h08.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h01.
São Paulo – E se por dois anos o seu escritório fosse literalmente dentro do box da equipe Mercedes-AMG na Formula 1? A PETRONAS, fornecedora de combustíveis para a equipe tetracampeã mundial na F-1, está recrutando um profissional para a vaga de trackside fluid engineer (engenheiro de fluidos) por meio da sua subsidiária PETRONAS Fluid Technology Solutions.
Engenheiros e físicos do mundo todo podem se candidatar para fazer parte da equipe de suporte técnico nas pistas de corrida. “É a vaga dos sonhos para quem é apaixonado por F-1”, diz o diretor de marketing da PETRONAS no Brasil, Antônio Augusto Santos. A empresa optou por não divulgar o salário oferecido.
A rotina do selecionado vai seguir o ritmo da equipe do piloto Lewis Hamilton. O escolhido vai passar dois anos acompanhando a Mercedes-AMG na temporada de corridas.
Os engenheiros da PETRONAS operam em um laboratório compacto dentro do box da equipe fazendo análises de combustível e fluido em tempo real fazendo ajustes para melhora de performance do motor, de acordo com cada pista de corrida.
Atualmente a equipe é composta por dois homens: um italiano e um malaio, funcionários de carreira da empresa, selecionados por meio de recrutamento interno. “Como temos uma política de oxigenação dos nossos quadros, era hora de fazer contratação externa ”, diz Santos.
Segundo o executivo, há internamente na empresa o desejo de que um brasileiro - ou brasileira – conquiste a vaga, já que o país é o terceiro principal polo de atuação da PETRONAS (que é a estatal de petróleo da Malásia) depois do Sudeste asiático e da Europa.
A disputa pela oportunidade profissional promete ser acirrada. Abertas desde o dia 7 de julho, as inscrições serão recebidas até o dia 7 de outubro e mais de 2,5 mil profissionais já mandaram seus currículos, tanto pela página da empresa no LinkedIn ou pelo e-mail: fluideng2019@pli-petronas.com. Depois dos malaios, os profissionais brasileiros são os candidatos mais numerosos.
Com tanta procura, foi preciso criar um algoritmo para a primeira triagem de currículos, levando em conta os principais requisitos técnicos: formação em engenharia mecânica, química, automotiva (ou curso correlato) ou em física; inglês fluente, dois anos de experiência de trabalho em uma área relacionada; conhecimento geral de tecnologias de lubrificantes (motos e caixa de direção) e combustíveis.
Na segunda fase da seleção, o foco é a atitude dos candidatos, fator de maior peso, segundo Santos. “Buscamos uma pessoa extremamente analítica, curiosa, com capacidade de adaptação e muito focada também para conseguir gerir um laboratório dentro do box”, diz.
Quem for selecionado vai passar o primeiro ano como assistente sendo treinado para assumir como líder no ano seguinte. “Esperamos terminar a seleção em meados de novembro para que o escolhido comece a trabalhar em janeiro de 2019. ” A primeira parada é na Inglaterra.
Neste ano de 2018, o engenheiro malaio Nasri Shafie está sendo treinado pelo italiano Salvatore Shembri, que em 2019, vai deixar a equipe para trabalhar como engenheiro sênior na unidade de Turim da Petronas. O escolhido nessa seleção vai entrar como assistente de Shafie.
“A chance de efetivação depende única e exclusivamente da performance do profissional”, diz o diretor de marketing. Depois do período de dois anos acompanhando todas as corridas da F-1, o engenheiro será alocado numa das unidades de PETRONAS pelo mundo. A empresa tem operações em mais de 80 países.
No Brasil, há fábrica em Contagem (MG) onde em setembro, será inaugurado um novo centro de desenvolvimento de produtos.