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Talita Abrantes
Publicado em 28 de novembro de 2011 às 17h05.
São Paulo – De 2006 para cá, a economia brasileira deu um salto. Em alguns setores e cargos, os salários também. Mas, segundo pesquisa da consultoria Asap divulgada hoje, esse cenário também implicou em jornadas de trabalho mais extensas.
De acordo com o levantamento, 69% dos profissionais admitem que estão trabalhando mais horas por dia com relação ao que trabalhavam há cinco anos. Para se ter uma ideia, a carga de trabalho de 26% dos entrevistados aumentou em até 3 horas nos últimos cinco anos. Para metade dos participantes, o tempo dedicado à profissão saltou em 2 horas por dia.
Com isso, para mais da metade dos profissionais que ocupam desde cargos de analista até gerenciais, a ideia da jornada básica de até 8 horas por dia é quase ficção. Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados trabalham até 10 horas por dia.
Ocupar um cargo mais elevado na hierarquia foi apontado por 48% dos profissionais como o principal fator para explicar porque a carga de trabalho aumentou tanto.
“Estamos vivendo um momento de busca por resultados. Mas as empresas nem sempre têm pessoas preparadas para assumir determinadas funções”, diz João Paulo, sócio-gerente da Asap.
Com isso, mais pessoas estão assumindo responsabilidades e cargos incompatíveis com o nível de experiência e qualificação que elas têm. “Esses profissionais chegam devendo na cadeira. Por isso, às vezes, têm que trabalhar a mais”.
Em outras palavras: sem preparo prévio, essas pessoas precisam se dedicar mais para aprender e executar as tarefas. Resultado: mais horas de trabalho no fim do dia.
Os salários, contudo, não acompanharam esse ritmo. Segundo o levantamento, 56% dos profissionais afirmam que a remuneração não está acompanhando o número de horas trabalhadas. Além disso, 67% admitem ter sintomas de estresse e 54% não consegue se dedicar à família.
Tecnologias
Além das horas dedicadas no ambiente de trabalho, 78% dos profissionais admitem que continuam ligados em suas tarefas pelo celular ou e-mail. Para 36% dos entrevistados, as novas tecnologias contribuem muito para o aumento das jornadas de trabalho.