A presidente da Finlândia, Tarja Halonen, onde a premiê também é mulher, e Lula (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2010 às 07h07.
Rio de Janeiro - Dilma Rousseff dedicou sua vitória como a primeira presidente do País às mulheres brasileiras e prometeu honrá-las para que as próximas gerações possam ampliar seu papel no governo e no setor privado da maior economia da América Latina.
“Já registro portanto o meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras para que esse fato até hoje inédito se transforme num evento natural”, disse Dilma, 62 anos, num discurso em Brasília ontem. “Eu gostaria muito que os pais e mães das meninas pudessem olhar nos olhos delas e dizer: sim, a mulher pode”.
A eleição de ontem é um marco para um País no qual apenas uma das 61 empresas que integram o índice Ibovespa tem uma mulher como sua principal executiva. Dilma servirá de exemplo para inspirar e promover a ascensão das mulheres no País, disse Maria Eugenia Lopez, que comanda a divisão de private banking do Banco Santander Brasil SA.
“Se a Dilma for presidente acho que o Brasil vai passar por um processo de aceleração da ascensão da mulher”, disse Maria Eugenia, de 44 anos, em uma entrevista em São Paulo.
Atualmente 19 países são governados por mulheres, da Austrália à Islândia, da Eslováquia à Argentina. Na Finlândia, tanto o cargo de presidente como o de primeiro-ministro são ocupados por mulheres.
Na América Latina, a Argentina teve duas presidentes: Isabel Perón, primeira mulher a presidir uma república, entre 1974 e 1976; e Cristina Fernandez de Kirchner, no cargo desde 2007. No Chile, Michelle Bachelet presidiu de 2006 até março deste ano. Laura Chinchilla foi eleita em fevereiro a primeira mulher presidente da Costa Rica.
Desde a proclamação da República em 1889, apenas uma mulher atuou como ministra da Fazenda. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou cinco mulheres para chefiar ministérios, contra 47 homens nos últimos oito anos.
“A igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um principio essencial da democracia”, disse a presidente-eleita.