Marco Gomes: por um lado ele é o geniozinho principal por trás de toda a inovação da Boo-Box, por outro, ele também está exposto por críticos de toda a sorte, justamente por personificar a imagem da empresa (Divulgação/Boo-box)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2013 às 13h48.
São Paulo - O brasileiro Marco Gomes foi eleito o melhor profissional de comunicação e marketing do ano pela World Technology Awards, premiação promovida pela reconhecida organização internacional The World Technology Network (WTN). Para quem não o conhece, ele é o fundador da Boo-Box, uma empresa brasileira de tecnologia de publicidade e mídias sociais.
Sua empresa, que tem como principal produto uma imensa Ad Network (rede de publicidade) com 500 mil sites e que alcança aproximadamente 60 milhões de pessoas, está na crista da onda. Fundada em 2007, ela foi considerada recentemente pela revista FastCompany uma das cinco empresas de publicidade mais inovadoras do mundo e também apontada pela Forbes como uma das duas empresas mais inovadoras do Brasil.
E isso tudo não é pouco, principalmente considerando que no mundo dos negócios Marco Gomes pode ser considerado um garoto, com apenas 27 anos de idade. No mundo da web, entretanto, ele é um veterano, com 14 anos de experiência e a habilidade de poucos para trafegar na rede, mesmo com todos os seus percalços. Falando em desafios, ser Marco Gomes é também uma faca de dois gumes. Se por um lado ele é o geniozinho principal por trás de toda a inovação da Boo-Box, por outro, ele também está exposto por críticos de toda a sorte, justamente por personificar a imagem da empresa, com todos os ônus e bônus que toda companhia tem. Saiba o que o próprio Marco Gomes tem a dizer sobre isso:
Quais foram as conquistas e atributos que te levaram ao recente prêmio de melhor profissional de marketing do mundo? Você ficou surpreso? Por que o negócio da Boo-Box é realmente inovador?
As respostas para todas essas perguntas estão absolutamente interligadas. Um dos maiores méritos da Boo-Box é facilitar e qualificar a vida dos publishers e anunciantes, utilizando todo o conhecimento e poder da tecnologia de ponta. Oferecemos soluções sofisticadas para pequenas, médias e grandes empresas, com investimentos de todas as magnitudes, seja 100 ou 1 milhão de reais. Recebemos investimentos da Intel e já ganhamos o reconhecimento de veículos muito importantes como CNN, Time e Forbes, além de inúmeros prêmios, como este da World Technology Awards. Eu estou apenas à frente de todo esse processo.
O que você acha da publicidade brasileira no meio digital? Ainda engatinhamos com relação a outros países? O que nos falta aprender já que o nosso talento é mundialmente reconhecido em outras mídias?
O trabalho desenvolvido aqui no Brasil já é super sofisticado, principalmente em termos de criatividade, mas o mercado ainda precisa evoluir bastante, é um processo natural. Ainda assim, temos profissionais fantásticos na área. O PJ Pereira, por exemplo, é o cara por trás do case que ganhou o Leão de Cyber, neste ano, no Festival de Cannes. Acho sinceramente que neste quesito o Brasil já está no primeiro mundo.
Mas e o modelo de negócios da comunicação brasileira com um todo? Não atrapalha esse processo?
Acho que não, ainda vamos evoluir bastante. O investimento nas empresas de internet ainda é baixo, com relação à televisão, por exemplo, mas já está havendo uma migração maior de verba dos anunciantes para o meio online. A tendência é que isso cresça num ritmo ainda mais acelerado nos próximos anos. Esse desequilíbrio deve mudar. O modelo de remuneração das agências também vai se desenvolver, assim como a cultura dos anunciantes, já que a mídia online tem funcionado cada vez melhor e com resultados mais interessantes que qualquer outro meio. Quem não colaborar ou participar desse desenvolvimento infelizmente tende a morrer. Mas a internet não vai funcionar sozinha, a integração é a regra do jogo. A TV vai perder relevância e buscar conteúdo on-demand, a revista deve ter soluções digitais, enfim, todos devem preservar a sua função e sobreviver para manter o equilíbrio desse ecossistema do mercado de comunicação.
Nós vimos os comentários agressivos sobre a Boo-Box na matéria postada pelo site Proxxima falando justamente da sua premiação... O que você tem a dizer sobre isso? Esperava essa reação? Por que tantas reclamações sobre a Boo-Box? O modelo de negócios não anda beneficiando os clientes?
Olha... A Boo-Box conta com 500 mil sites, mais de 1500 anunciantes e que alcança aproximadamente 60 milhões de pessoas. Temos sites sobre quase tudo, mas também possuímos nossos termos e condições de parceria. Entretanto, sempre tem alguém que viola os termos de uso e depois nos ataca na web. Tem alguns blogs e sites, por exemplo, que querem veicular publicidade, mas colocam um sistema ilegal de transmissão ao vivo de televisão em seu conteúdo. Temos que bloquear. Porém, nesses casos, o prejuízo é só nosso já que o investimento migra para outros publishers. E o cara ainda reclama. O Google também faz a mesma coisa, isso é normal. Eu posso garantir que todos os nossos pagamentos estão em dia. Não existe pendência com os publishers. Se o cadastro estiver correto e ele não violar nenhum termo de uso, certamente o pagamento será liberado ao término da campanha. O valor mínimo para saque é de 30 reais. É claro que eventualmente um ou outro problema pode acontecer, como erro no cadastro da conta, por exemplo, mas o nosso controle é rígido e o volume de incidências é mínimo. Existe também muito troll na área de comentários da internet, infelizmente é um pessoal que nivela o debate por baixo, protegido pelo conforto do teclado. Encontro gente por todos os lados, sou um dos caras que mais realiza palestras no Brasil, e pouca gente reclama de algo na minha frente. Precisamos também ressaltar que nossos números são validados pelo Navegg, monitorados por ferramentas confiáveis e temos muita credibilidade. Não à toa recebemos investimentos da Intel.
Qual é a dica que você daria para novos sites e blogs? Aliás... O mercado de blogs está mais profissional?
O mercado de blogs está, sem dúvida, muito mais profissional nos últimos anos. Anunciantes também já estão vendo a ferramenta com mais credibilidade. Temos blogueiros profissionais que são bem conhecidos e remunerados. É claro que ainda tem gente que destrói o mercado, mas também tem muita gente querendo trabalhar direito. Além disso, temos o que crescer nesta área. Há ainda muitos espaços não atendidos, com a área de sustentabilidade por exemplo. No ramo de entretenimento já é diferente, está mais consolidado. O que eu recomendo é focar em conteúdo para ter uma audiência engajada e procurar agências e empresas como a Boo-Box e outras para poder crescer com saúde. Audiência engajada e de alto volume. Não estamos mais apenas no volume, a questão do engajamento chegou forte. É muito mais interessante para o anunciante a audiência que participa, comenta e compartilha. É preciso ter credibilidade, formar opinião. De novo, ou a galera entende isso ou morre.