Ava Cohn: executiva aposta na educação continuada para sucesso na carreira
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Publicado em 8 de abril de 2025 às 08h00.
Última atualização em 8 de abril de 2025 às 10h27.
“É preciso ter humildade para desaprender”, diz Ava Cohn, executiva com quase três décadas de experiência no mercado financeiro. Para ela, essa é a melhor maneira de resumir o lifelong learning – um conceito que, mais do que uma tendência, se tornou um imperativo para profissionais que desejam continuar relevantes no mercado.
Com uma trajetória sólida em bancos, Ava decidiu, em 2017, ir na contramão e interromper a carreira executiva – o que ela chama de “parada técnica”. O objetivo era claro: entender para onde direcionar sua energia profissional e pessoal a partir dali. “Eu gostava muito do que fazia, mas não sentia que estava agregando valor”, explica.
O ponto de virada veio quando conheceu o ABP-W (Advanced Board Program for Women), um programa da Saint Paul e EXAME que desenvolve competências técnicas e comportamentais necessárias a conselheiras e futuras conselheiras.
Desde então, Ava direcionou sua atuação para conselhos de administração, fiscais e consultivos e mergulhou de vez na educação continuada como estratégia de evolução pessoal e profissional.
Ava iniciou a carreira como trainee no Unibanco. Com facilidade em disciplinas exatas, seguiu por áreas financeiras, sobretudo em relacionamentos com investidores, em diferentes tipos de instituições — desde bancos médios até estrangeiros.
“Essa variedade me deu uma visão completa do funcionamento bancário e da mentalidade dos tomadores de decisão. Trabalhar diretamente com grandes investidores exigia conhecer profundamente as demonstrações financeiras, a governança e a estratégia de cada banco”, explica.
Essa vivência prática foi, segundo ela, um "treinamento informal" para a atuação que viria a desempenhar nos conselhos. Mas foi só com o tempo — e com a consciência de que era preciso atualizar habilidades — que Ava decidiu complementar sua bagagem com novos aprendizados.
O ponto inicial dessa jornada foi o ABP-W, mas não parou por aí. Ava também cursou programas voltados a tecnologia, ESG, transformação digital, cultura organizacional e processo decisório — todos pela Saint Paul, que ela elogia pela curadoria acadêmica e pelo senso de comunidade entre os alunos. “Você se sente parte. Os grupos são diversos, com experiências distintas, e isso enriquece demais as trocas.”
As formações tiveram impacto direto em sua carreira. “Hoje nenhuma empresa escapa da transformação digital. E nenhuma pode deixar de olhar para cibersegurança ou ESG. Para estar numa mesa de conselho, você precisa entender tudo isso.”
Além dos conteúdos técnicos, Ava destaca a necessidade crescente de desenvolver habilidades comportamentais, como leitura de ambiente, comunicação e escuta ativa. “Estar em conselhos é muito mais do que ter hard skills. Você lida com pessoas de formações, culturas e visões de mundo diferentes. Saber transitar nesses espaços é essencial.”
A defesa da educação continuada que Ava faz com tanta convicção está alinhada ao que apontam os principais relatórios sobre o futuro do trabalho. Segundo o estudo Future of Jobs 2023, do Fórum Econômico Mundial, cerca de 44% das habilidades dos trabalhadores devem mudar nos próximos cinco anos.
Já a Unesco reforça, em seus documentos sobre educação ao longo da vida, que o aprendizado contínuo é chave para o desenvolvimento humano e para a resiliência profissional em tempos de mudança acelerada. Para Ava, o lifelong learning vai além de uma exigência do mercado — é parte de quem ela é.
E ela acredita que essa mentalidade deveria ser adotada por qualquer profissional que deseje longevidade na carreira. “Não importa o quanto você já aprendeu, sempre haverá algo novo a descobrir. E, muitas vezes, será necessário desaprender o que funcionava antes. O mundo mudou. A gente também precisa mudar.”
Hoje, Ava quer seguir crescendo como conselheira, mas com equilíbrio. “Quero estar em posições que façam sentido, que exijam dedicação verdadeira. Não acredito que seja possível estar em muitos conselhos com qualidade. Para mim, qualidade vem antes da quantidade.”
A inquietude continua sendo a força motriz. Estudar, testar, expandir repertórios. “A gente precisa estar sempre se aprimorando e se reinventando. Isso não é só uma escolha — é uma necessidade”, diz.
E, como ela mesma resume, com serenidade e convicção: educação não é uma fase, mas um jeito de viver.