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Discutir inteligência emocional no trabalho não é profissional: mito ou verdade?

Veja 7 mitos sobre o tema e 5 dicas poderosas para aprender a lidar com as emoções no ambiente profissional e se tornar um líder mais inspirador e bem-sucedido

Brasil é o segundo país com mais casos de burnout (Skynesher/Getty Images)

Brasil é o segundo país com mais casos de burnout (Skynesher/Getty Images)

Joaquim Santini
Joaquim Santini

Pesquisador, consultor e palestrante sobre a vida organizacional

Publicado em 29 de julho de 2024 às 11h03.

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Nas rotinas do mundo corporativo, com suas metas ambiciosas e pressão constante por resultados, a regra de convivência que prevalece é a da impessoalidade, ou seja, as emoções devem ficar da porta da empresa para fora. A crença de muitos líderes nas empresas modernas é a de que discutir as emoções dos funcionários no ambiente profissional não é apropriado, e essa atitude pode ser interpretada como uma invasão de privacidade. Esse tipo de mentalidade é um dos erros mais comuns na gestão de pessoas. Lidar com emoções negativas no trabalho pode ser desafiador, mas saber o que dizer ou fazer quando alguém está precisando de suporte emocional pode fazer uma enorme diferença no bem-estar dos funcionários, na qualidade do relacionamento com eles e no desempenho da equipe.

Essa é uma tese, aliás, que a ciência comprova: a forma como os líderes lidam com as emoções de seus liderados pode fazer toda a diferença para o sucesso de uma equipe. Uma pesquisa realizada pelos docentes da University of Michigan, Christina M. Bradley, Lindred L. Greer, Elizabeth Trinh e Jeffrey Sanchez-Burks, e publicada na respeitada Academy of Management Annals deste ano (2024), revisou 220 estudos sobre como as pessoas respondem às emoções no trabalho. As evidências são claras: as ações e palavras dos líderes quando percebem que seus funcionárioa estão chateados, frustrados ou sobrecarregados podem ter consequências significativas em ganhos de produtividade e eficiência.

Em suma, lidar com as emoções no ambiente de trabalho é como tecer uma rede complexa – mas bastante saudável– de relacionamentos interpessoais. Os líderes têm o desafio crucial de criar oportunidades para que essas emoções sejam discutidas de forma orgânica. Isso requer adotar uma postura empática e compassiva diante da intrincada teia emocional que permeia o mundo corporativo. Ao fazer isso, os líderes constroem um alicerce sólido para o bem-estar e o desempenho de suas equipes.

Os 7 mitos

Antes de começar a aprender como lidar com as emoções dos funcionários no ambiente de trabalho, conheça 7 mitos comumente associados a esse tema:

  • Mito #1: Discutir emoções no trabalho não é profissional.
  • Mito #2: Envolver-se em assuntos pessoais é arriscado.
  • Mito #3: Pessoas que compartilham emoções querem que você resolva seus problemas.
  • Mito #4: Emoções negativas devem ser evitadas ou eliminadas.
  • Mito #5: Emoções são uma fraqueza.
  • Mito #6: Emoções são irracionais e não têm lugar na tomada de decisões.
  • Mito #7: Lidar com emoções é responsabilidade do departamento de RH.

A verdadeira liderança no século XXI reconhece o poder das emoções como catalisadoras de inovação, engajamento e excelência.

Está na hora de abraçar essa revolução emocional e transformar o ambiente de trabalho em um espaço de crescimento, colaboração e realização. Ao cultivar a inteligência emocional e criar um ambiente acolhedor para a expressão autêntica, os líderes pavimentam o caminho para o sucesso duradouro - não apenas para suas organizações, mas para cada indivíduo que faz parte delas.

Como lidar com as emoções no trabalho?

Para aprender a lidar com as emoções no ambiente de trabalho e se tornar um líder mais inspirador e bem-sucedido, veja 5 dicas poderosas:

  1. Reconheça as emoções dos funcionários: Vá além do superficial e adote uma postura de abertura e acolhimento. Gestos simples de empatia, como perguntar como alguém está se sentindo, podem abrir caminho para um diálogo autêntico e fortalecer os vínculos de confiança.
  2. Crie um ambiente seguro para a expressão emocional:Promova uma comunicação transparente e uma cultura organizacional que valorize a subjetividade. Esteja atento aos acordos implícitos que sustentam a estabilidade emocional da equipe e propicie espaços para que as emoções possam ser elaboradas de forma saudável.
  3. Ofereça suporte adequado: Reconheça a singularidade de cada funcionário e a diversidade do grupo. Às vezes, uma escuta empática é suficiente; em outros momentos, intervenções mais estruturadas podem ser necessárias. Crie espaços de discussão onde os funcionários possam ressignificar suas dificuldades e transformá-las em oportunidades de crescimento.
  4. Equilibre suporte e limites profissionais:Seja empático, mas não perca de vista seu papel como líder e as fronteiras que o delimitam. Mantenha uma postura ética e reconheça a individualidade de cada membro da equipe. Quando necessário, não hesite em buscar suporte especializado externo.
  5. Aprimore suas competências emocionais:Para navegar com destreza nesse cenário desafiador, é crucial que você, como líder, invista em seu próprio crescimento emocional. Desenvolva sua habilidade de acolher e processar as pressões intrínsecas ao seu papel, cultivando um amadurecimento contínuo.

Ao adotar essas práticas, os líderes não apenas melhoram o bem-estar de suas equipes, mas também impulsionam o desempenho organizacional.

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