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Depois da Microsoft, Zee.Dog será a 1ª no Brasil a testar semana de 4 dias

A semana de trabalho de 4 dias chegou ao Brasil. Entenda como a Zee.Dog vai testar a nova rotina com seus funcionários

Escritório da Zee.Dog vazio: os funcionários não trabalham mais na quarta-feira (Zee.Dog/Divulgação)

Escritório da Zee.Dog vazio: os funcionários não trabalham mais na quarta-feira (Zee.Dog/Divulgação)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 5 de março de 2020 às 08h05.

Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 17h19.

São Paulo – Nesta quarta-feira (4), o escritório da Zee.Dog estava vazio. Não era trabalho remoto ou feriado, mas a nova forma de trabalhar da empresa a partir de março: a semana terá apenas 4 dias úteis.

A empresa de produtos para animais de estimação será a primeira do Brasil, e da América Latina, a fazer o teste que se mostrou um sucesso de produtividade na Microsoft do Japão.

No país que luta para diminuir as horas extras de trabalho, a redução de um dia inteiro da jornada na empresa de tecnologia mostrou um aumento 40% no faturamento por funcionário na comparação mensal com ano anterior.

Com um faturamento de R$ 100 milhões em 2019, a Zee.Dog teve uma média de crescimento de 54% ao ano desde sua fundação em 2012 por Thadeu Diz, Felipe Diz e Rodrigo Monteiro. Porém, o lançamento do seu braço de entregas 24 horas, o Zee.Now, e a expansão da equipe para cerca de 150 funcionários veio com um preço: o aumento da pressão e de casos de burnout, a síndrome do esgotamento profissional.

A empresa já oferecia benefícios desejados, como a abertura para trazer seu animal de estimação ao escritório, o que levou os fundadores a pensar em maneiras inovadoras para melhorar a rotina.

“Começamos a pesquisar formas de equilibrar a balança entre produtividade e qualidade de vida”, fala Rodrigo Monteiro, cofundador e CFO da Zee.Dog.

Então eles decidiram eliminar as quartas-feiras para quase toda a equipe, mantendo o modo antigo apenas para os times que não podem parar, como aqueles que lidam diretamente com o varejo, em lojas e na entrega de produtos. O que deu ao projeto o nome de #noworkwednesday.

“É um teste inicial para podermos medir o desempenho no primeiro mês. Queremos criar um ambiente onde todo mundo se ajuda e se estimula para ter mais produtividade”, fala Monteiro.

O cofundador acha importante que os funcionários tenham autonomia para administrar seu tempo e não cobrará deles como estão dividindo seu trabalho nos 4 dias úteis. A medição será de acordo com a entrega de cada time de projetos.

Antes de fazer a transição dessa semana, a empresa já havia mudado sua maneira de gerir times, adotando o modelo de squads, termo usado nas metodologias ágeis para denominar grupos multidisciplinares focados em projetos.

Dessa maneira, eles já têm uma visão global e transparente do andamento de todas as tarefas na empresa, e se torna mais fácil agora otimizar o tempo.

“Nossa preocupação é a mesma do que a expectativa: se der certo, comprova uma teoria incrível de que podemos ser mais produtivos em 4 dias. Se não der certo, a flexibilidade trará um aprendizado para melhoramos a produção”, diz o CFO.

No caso do sucesso do modelo, um desafio inesperado para adaptá-lo para o Brasil no longo prazo foi a grande quantidade de feriados. Nesse caso, como combinado com a equipe, não vale emendar: a quarta-feira será um dia de trabalho normal na semana de feriadão.

Para conferir oportunidades para trabalhar na empresa, confira o site de vagas da Gupy.

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