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Correr riscos é bom

Investimentos arriscados aumentam os ganhos, mas também podem trazer perdas. A dica para diminuir a imprevisibilidade é saber exatamente onde você está colocando seu dinheiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Quem não arrisca não petisca. O ditado popular se encaixa bem no mercado financeiro. Afinal, é preciso correr riscos para conseguir uma rentabilidade maior. Mas, antes, é preciso saber qual tipo de risco você está disposto a assumir. Há basicamente três categorias. A primeira é o risco de crédito, em que o investidor compra uma ação e se depara com a probabilidade de a empresa fechar e ele perder dinheiro. Há também o risco operacional, já que pode ocorrer algum erro nas transações financeiras.

O último tipo  é o risco de mercado, no qual você compra uma ação e o resultado vai depender de como o mercado se comportará. “Quando você começa a investir, já corre riscos, porque as aplicações consideram projeções e incertezas”, diz Roberto Tróster, economista do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP). Quem estiver disposto a correr o risco de mercado pode ser bem recompensado. A aplicação na poupança, entre 2007 e 2009, rendeu 7,5% ao ano com a possibilidade de perda de 0,5%. Já o investimento em ações teve ganho de 28,4% no mesmo período, mas o risco foi bem maior, de 63,34%, segundo dados do Instituto Assaf. “Não há ganho alto sem riscos”, diz Fabiano Guasti Lima, pesquisador do Instituto Assaf.

Você aguenta?

Não há fórmulas exatas para calcular o risco que cada um pode suportar. A principal dica é investir um valor que não fará falta no seu orçamento

Arriscar muito e ganhar bastante dinheiro não é necessariamente uma ação e reação. Mas as chances de aumentar os ganhos são maiores para o investidor que assume riscos e conhece os obstáculos do caminho que escolheu. Porém, da mesma forma que é possível ver uma transação triplicar de valor rapidamente, ele pode passar pela terrível experiência de ver seu patrimônio reduzido em menos de um mês.

“O equilíbrio para saber quanto risco você pode correr está entre sentir um frio na barriga e perder o sono”, diz Rogério Bastos, diretor da consultoria financeira FinPlan, em São Paulo.  Não há fórmulas exatas para calcular que cada um pode suportar. Se você pensa em usar o dinheiro para comprar um apartamento, viajar ou para pagar a escola de seus filhos, é melhor não se arriscar, ou, então, aplicar pequenas quantias até se sentir seguro e conhecer melhor o funcionamento do mercado financeiro. 

Abra o olho

Para estar preparado para as reações inesperadas do mercado financeiro, você precisa analisar detalhadamente onde está colocando sua grana

Observe o potencial de crescimento e de lucratividade da empresa da qual você quer comprar ações antes de investir. Depois, é bom analisar se os papéis são fáceis de ser comprados e vendidos. Imagine-se querendo vender sua ação e não encontrar nenhum comprador? Por fim, faça uma análise técnica da companhia para avaliar os resultados passados e quais as projeções de rentabilidade futura. 


Os investidores podem ter acesso a todas essas informações nos sites das próprias empresas, por meio de corretoras de valores, na BM&FBovespa e também na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o órgão regulador do mercado de capitais. Em geral, a recomendação dos especialistas quando se decide investir é apostar em ações de grandes companhias por serem consideradas mais seguras, com maior visibilidade e, consequentemente, ser mais fácil obter informações sobre a situação financeira delas. Mas toda regra tem sua exceção. 

Sangue-frio

Decidir correr riscos ao comprar ações e ter sangue-frio para acompanhar as oscilações do mercado não é para qualquer um

Com os rumores de reativação da estatal brasileira Telebrás — que tem dívida estimada em 1 bilhão de reais —, as ações da empresa subiram. Em 2007, a valorização dos papéis chegou a 1 266%. No ano seguinte, com a crise econômica que assolou os Estados Unidos, as ações caíram 52%, porém, se recuperaram no ano seguinte e tiveram alta de 150%. Neste ano, a valorização foi de 80%. Na prática, o investidor que acreditou na volta da estatal e que, em 2007, aplicou 1 000 reais, hoje, teria acumulado 29 350 reais. 

“A pessoa que almeja investir dessa forma precisa ser bastante racional. Se a bolsa cai, só terá prejuízo se vender a ação na baixa, que é o que um investidor desesperado faz. É preciso calma para esperar a recuperação do mercado e vender o papel em um momento mais oportuno”, diz Eduardo Paiva, professor dos cursos de MBA da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

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