Carreira

5 atividades para manter corpo e mente em equilíbrio

Eles aderiram às práticas mais variadas para aliviar a tensão e são unânimes: vale a pena

Leonardo Figueiró, 34 anos, presidente do WTC Brasil: “O motocross exige equilíbrio e concentração. Enquanto você pratica, esquece do resto” (Geraldo Goulart Neto/EXAME.com)

Leonardo Figueiró, 34 anos, presidente do WTC Brasil: “O motocross exige equilíbrio e concentração. Enquanto você pratica, esquece do resto” (Geraldo Goulart Neto/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 17h36.

São Paulo - Para quem está sempre ocupado, correndo, cheio de coisas pendentes para terminar, achar tempo para incluir na rotina alguma atividade física ou hobby parece missão impossível. O bioquímico Sérgio Gregório da Silva, professor de fisiologia do exercício na Universidade Federal do Paraná, explica como a atividade física nos ajuda a atingir o triplo equilíbrio.

“Do ponto de vista bioquímico, o exercício favorece a liberação de endorfina, hormônio que dá a sensação de bem-estar e relaxamento, e de neurotransmissores, como a serotonina e a norepinefrina, antidepressivos naturais.”

Do ponto de vista fisiológico, o esporte ajuda na regulação do cortisol, hormônio do estresse que promove a constrição dos vasos. No médio prazo, o efeito é uma redução na pressão arterial e na frequência cardíaca.

“A pessoa fica menos ofegante ao realizar atividades simples do dia a dia, como subir uma escada, o que aumenta o bem-estar relacionado à saúde”, diz o bioquímico. Por fim, do ponto de vista psicológico, os maiores efeitos são vistos na autoestima. A pessoa passa a se ver como alguém que se cuida e aumenta a confiança em sua imagem corporal.

“A atividade escolhida tem de promover um desligamento das preocupações do trabalho”, diz a psicóloga Liliana Scheliga, da clínica Mind Solutions, de São Paulo. A seguir, algumas atividades para manter corpo e mente em equilíbrio. 

Ioga

Renata Antunes, de 30 anos, diretora executiva de uma indústria de alimentos funcionais em Minas Gerais, aderiu à ioga há pouco mais de um ano. O acúmulo de atividades no trabalho e a pressão autoimposta para atingir as metas de crescimento do negócio fizeram com que a executiva fosse diagnosticada com ansiedade e depressão.

Renata chegou a fazer terapia e a tomar remédios e resolveu participar de uma aula experimental de ioga. “Já nesse primeiro dia cheguei em casa e consegui dormir muito melhor.” Hoje, ela sente que a prática mudou sua forma de lidar com o trabalho e, consequentemente, melhorou sua saúde. “A ioga trabalha o controle da mente por meio da meditação. Então, não deixo a ansiedade me dominar, porque o corpo adoece quando não consegue acompanhar o ritmo de atividade da mente”, diz. 


Segundo Nestor Mota, diretor do Instituto Goiano de Ioga, são as técnicas de respiração e a filosofia por trás da atividade as grandes responsáveis pelo efeito antiestresse da ioga. “Em cada situação, quando estamos tranquilos, assustados ou agitados, respiramos de um jeito diferente. Com as técnicas aprendidas, é possível interferir nesse processo instintivo e usar a respiração correta para mudar o estado emocional”, afirma Nestor. 

Corrida

Segundo os especialistas, as atividades físicas que melhor combatem o estresse são as aeróbicas, como corrida, caminhada, natação e ciclismo. “Elas são de caráter contínuo, sem interrupções. Precisamos de ao menos 20 minutos de atividade contínua para desencadear as alterações de bem-estar trazidas pelo esporte”, explica Sérgio Gregório da Silva, professor de fisiologia do exercício na Universidade Federal do Paraná. 

Dança

O casal Adriano Sampaio, de 47 anos, e Mirian Dayrell, de 53, de Belo Horizonte, encontrou na dança a solução para incluir um hobby na agenda sem sacrificar o tempo para os momentos a dois. Diretores de uma imobiliária na capital mineira, eles notaram que o trabalho estava ocupando um espaço grande demais na vida dos dois.

“Entrávamos às 8h e não tínhamos hora para sair. E, quando estávamos em casa, acabávamos falando de trabalho”, lembra Mirian. Para mudar isso, há três anos eles se matricularam juntos numa escola de dança. As aulas, feitas duas vezes por semana, reúnem o casal numa atividade prazerosa.

“É um programa de que gostamos, que relaxa a nós dois”, diz ela. Além da atividade física, que consome em média 470 calorias por hora, a dança também aumentou a cumplicidade do casal nos momentos de lazer. “Aproveitamos muito mais as festas nos fins de semana”, acrescenta a corretora. 


Motocross 

O motocross, hobby escolhido pelo vice-presidente do WTC Brasil, Leonardo Figueiró, de 34 anos, concilia atividade física, possibilidade de socializar e diversão. “As trilhas proporcionam um contato com a natureza porque você passa por paisagens belíssimas, além de ser uma oportunidade de encontrar os amigos.” A atividade também ajuda o executivo a se desligar das preocupações do trabalho. “Quando faço motocross, esqueço do resto”, diz Leonardo.

Artes 

Teatro, pintura e modelagem. Essas atividades podem ter efeitos poderosos sobre o estresse. “A arte permite uma abordagem mais lúdica e menos estressante dos problemas”, diz a arteterapeuta Ana Cláudia Afonso Valladares, diretora da União Brasileira de Associações de Arteterapia.

Segundo os especialistas na área, cada forma de expressão serve a diversos propósitos. No teatro, por exemplo, ao encarnar diferentes personagens, o paciente pode tocar seus conflitos com certo distanciamento e extravasar o estresse como se estivesse brincando.  

Já a pintura serve ao relaxamento. “Ao diluir as tintas que vamos usar na tela, diluímos também as emoções que causam ansiedade”, diz Ana Cláudia. “É uma forma de entrar em contato com o inconsciente.” A modelagem em barro tem efeito catártico. “A pessoa precisa bater e amassar a argila”, diz a arteterapeuta.

A atividade também trabalha a paciência, já que é preciso respeitar o tempo de secagem do barro e o prazo para submeter o material às queimas, sob risco de que a peça se quebre se não for preparada do jeito certo. O prazo de cerca de 15 dias para concluir um objeto faz da modelagem uma arte em que a pressa é literalmente inimiga da perfeição.

“A modelagem também ensina sobre a flexibilidade ao adicionar e retirar material para dar a forma ideal ao que queremos criar”, acrescenta Ana Cláudia.

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