Funcionários da Merck em São Paulo torcem para a seleção brasileira feminina durante jogo da Copa do Mundo (Assessoria/Divulgação)
Luísa Granato
Publicado em 18 de junho de 2019 às 05h55.
Última atualização em 18 de junho de 2019 às 12h07.
São Paulo - Para Hugo Pereira, integrante da equipe de efetividade de vendas na Merck, futebol é futebol, não importa o gênero de quem está jogando.
O torcedor do São Paulo aproveita para acompanhar os jogos do time feminino e masculino e vibrou quando soube que seria liberado para assistir aos jogos da seleção brasileira durante a Copa do Mundo.
“Foi uma surpresa para mim, já estava me planejando e tentando marcar home office para os dias dos jogos. Realmente é a hora de dar mais visibilidade para a seleção feminina, que já é bacana há anos”, comenta ele.
A Copa do Mundo de futebol feminina, disputada na França, está em sua oitava edição, mas é a primeira transmitida na televisão aberta, pela Rede Globo. Nesta terça-feira, 18, as jogadoras entram em campo contra a Itália, na rodada final da fase de grupos.
Além de disponibilizar um telão para transmissão dos jogos nos escritório de Cotia, São Paulo, Barueri e Rio de Janeiro, com direito a pipoca e decorações com as cores do Brasil, os funcionários da Merck foram estimulados a prestigiar a seleção e torcer.
Thais Motta, gerente de trade marketing, ficou muito orgulhosa da empresa dar o mesmo destaque para os jogos agora que deu para a seleção masculina.
“Eu compartilhei nas redes sociais e muitos amigos comentaram que queriam que suas empresas fizessem igual. Acho que a medida vai muito de encontro com tudo o que a empresa faz de valorização das mulheres e passa uma mensagem forte na prática”, fala ela.
Para ela, poder torcer pelas jogadoras no trabalho vai muito além do futebol no momento, dando atenção para questões como desigualdade salarial, investimento no esporte e o respeito para as profissionais.
Da Marta, capitã da seleção e eleita melhor jogadora do mundo, mostrando sua chuteira sem patrocínio e com símbolo da igualdade no esporte à seleção australiana que tem o salário equiparado ao de seus colegas homens, o torneio deste ano exemplificado a luta e o longo caminho para igualdade no mercado de trabalho.
#BRAxAUS não é a única rivalidade que as mulheres têm que enfrentar no esporte hoje.
Marta está jogando com uma chuteira sem patrocínio e com um símbolo pela equidade no esporte. pic.twitter.com/LFiATKnBZY— Go Equal (@GoEqual__) June 13, 2019
“Eu vi uma piada falando que se as pessoas fossem espertas, teríamos Copa a cada dois anos. Essa visibilidade acontece em um momento de empoderamento das mulheres. Como torcedora do Botafogo, vou questionar sobre a criação de um time feminino também”, diz a Thais.
Para Natasha Martins, líder de oncologia e do projeto “Women in Leadership” na Merck, os funcionários terem elogiado a iniciativa como coerente com as políticas da empresa mostra que eles estão no caminho certo.
“Queremos ter a equidade entre homens e mulheres na liderança até 2023. Dar o mesmo destaque para as duas seleções faz parte dessa meta, pois é uma questão importante para a sociedade. Nós temos que parar para ver as mulheres jogando também”, explica ela.
Com essa política global, aqui no Brasil, a empresa passou de 32% de mulheres em posições de liderança em 2015 para 43% em 2018.
A líder de Recursos Humanos da Merck Brasil, Edise Toreta, ressalta que promoção da diversidade, empoderamento e a colaboração são competências chave da empresa, e que tem toda a relação com a Copa do Mundo no escritório.
Eles não estão sozinhos. A prefeitura de São Paulo liberou seus servidores nos dias de jogos do Brasil. Para o jogo desta terça contra a Itália, às 16h, a agência de marketing digital Raccoon planeja estender a comemoração para um happy hour. Nas fábricas e no escritório da Kimberly-Clark, os funcionários poderão assistir às partidas, com pipoca, refrigerante e sucos.
Na Creditas, televisões nas copas lembram os funcionários sobre os jogos e dão informações sobre as jogadoras, o que mantém o clima de animação. Eles também foram liberados para ver as partidas, dentro e fora dos escritórios.
As ações se multiplicam por diversas empresas, como na Sanofi, O Boticário, Visa, Unilever Brasil, Votorantim Cimentos e S.A., Corteva, Guaraná Antarctica, Athié Wohnrath, Maria Filó, Cabify, KingHost, Locaweb, entre outras.