Ilustração - Conversa delicada (Sando Castelli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 14h59.
São Paulo - São muitas as perguntas que me fazem sobre como podemos alertar ou corrigir, de forma sutil e delicada, um amigo, um colega de trabalho ou um subordinado. Não existe segredo para isso, a melhor coisa continua sendo um bom e honesto bate-papo.
Durante muitos anos me relacionei com uma pessoa de quem gostava muito, mas, por causa de seu temperamento e de suas explosões grosseiras, acabei por me distanciar e, tristemente, ainda que a distância, sei das dificuldades pela quais esse amigo vem passando, a maior parte delas provocada pelas atitudes rudes que pautam seu comportamento.
Assim, antes que uma pessoa que lhe é cara comece a ter a vida profissional complicada por causa de suas indelicadezas ou de seus arroubos e de suas explosões pouco educadas, chame-a para uma conversa.
Um almoço, um cafezinho no fim da tarde, enfim, crie uma situação em que você e o alvo de seus conselhos consigam estar isolados. Feito isso, introduza o assunto dizendo à pessoa o tamanho de sua estima por ela e sua preocupação por seu comportamento inadequado e todas as consequências nefastas que ele pode causar.
Sugira opções diferentes de atitudes, sugira maneiras das quais ela possa se valer a fim de desenvolver mais autocontrole. E aponte claramente todas as vantagens que uma pessoa com controle sobre suas explosões e comportamento polido e mais educado pode ter na vida profissional e na vida em sociedade.
Ofereça-se também para monitorar as atitudes desse amigo, colega ou subordinado e sinalizar todas as vezes em que você perceber que a velha atitude está querendo voltar.
Não se constranja nem se intimide ao fazer isso — as palavras são meros instrumentos de nossas reais intenções, e aquele que for sensível e puder perceber isso seguramente tem mais chances de crescer, de se lapidar e de melhorar como pessoa e como profissional.
“Quem avisa amigo é” é mais um daqueles ditames populares carregados de sabedoria — tomara que aquele que receber seu aviso compreenda sua intenção e, caso isso não ocorra ou, pior, ele se ofenda com seus toques e suas dicas, a triste constatação é que essa pessoa é mais uma daquelas que só conseguem parar, refletir e se perceber um pouco mais diante das crises e dos problemas que sua inadequação cria e constrói.