Carreira

Controle a arrogância na fase de trainee

Conseguir uma vaga num pro­grama é apenas o primeiro passo para uma carreira de sucesso. Conheça os erros que você não pode cometer depois de ser aprovado

Pedro Rodrigues, 29 anos, do Banco Indusval: de trainee a gerente, deixando a arrogância de lado (Omar Paixão / VOCÊ S/A)

Pedro Rodrigues, 29 anos, do Banco Indusval: de trainee a gerente, deixando a arrogância de lado (Omar Paixão / VOCÊ S/A)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 16h33.

São Paulo - A chegada dos trainees recém-selecionados à empresa é em clima de lua de mel. As expectativas de um futuro promissor são grandes tanto por parte dos jovens profissionais como por parte da diretoria. A questão é que, poucos dias depois da contratação, alguns pupilos demonstram um comportamento considerado inadequado, o que pode gerar atrito com os colegas e também com os superiores.

Os problemas mais frequentes costumam ser arrogância, imaturidade na hora de receber críticas e falta de comprometimento para a execução das tarefas. Eline Kullock, presidente do Grupo Foco, especializado em recrutamento, aponta mais um deslize característico da Geração Y (jovens nascidos a partir de 1980): dificuldade em reconhecer autoridade.

"Como foram criados em um ambiente informal, em que a hierarquia é pouco exercida e o posicionamento de todos é levado em consideração com igual importância, é comum que os jovens tentem reproduzir esse modelo dentro da companhia, o que acaba causando estranheza", diz Eline. 

Lidando diariamente com trainees, Ana Paula Ortiz, superintendente do Banco Indusval, que recebe oito jovens profissionais a cada edição do programa, aponta ainda outro pecado dos iniciantes. "A ansiedade em excesso é identificada na maioria dos selecionados", afirma.

"Eles chegam querendo participar de grandes projetos ou sugerindo mudanças revolucionárias, mas é preciso trabalhar essa angústia e reduzir as expectativas com relação a grandes feitos nessa fase inicial", diz Ana Paula. O ex-trainee Pedro Rodrigues, de 29 anos, hoje gerente administrativo e institucional do Indusval, precisou passar por esse processo de readequação para não desistir do programa.

"No início, achei um pouco frustrante porque eu sentia que não produzia muito. Apenas observava e aprendia", lembra. Hoje, entretanto, ele admite que a visão sistêmica que obteve naquela fase foi essencial para seu crescimento no banco. Até chegar a esse entendimento, o então trainee teve de mudar sua atitude para não parecer arrogante.

"Em vez de tentar impor mudanças, o jovem deve sugeri-las", diz Pedro. Com esse "jeitinho", o gerente que entrou como trainee há cinco anos conseguiu montar uma boa base de relacionamentos, fundamental para desempenhar bem suas atividades até hoje.

Para saber se sua atitude vem sendo percebida positivamente, a dica dos consultores é pedir feedback frequente aos superiores, tendo humildade para escutá-lo de verdade.

"Peça que o chefe avalie seu desempenho técnico e também o interpessoal. Escute essas informações com maturidade e empreenda esforços para melhorar o que for preciso", diz Eline Kullock, do Grupo Foco. 

Acompanhe tudo sobre:Ambiente de trabalhoCarreira jovemComportamentoEdição 158Trainees

Mais de Carreira

Ele trabalha remoto e ganha acima da média nacional: conheça o profissional mais cobiçado do mercado

Não é apenas em TI: falta de talentos qualificados faz salários de até R$ 96 mil ficarem sem dono

Ela se tornou uma das mulheres mais ricas dos EUA aos 92 anos – fortuna vale US$ 700 mi

Entrevista de emprego feita por IA se tornará cada vez mais comum: ‘É real, está aqui'