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Conheça o perfil de quem trabalha na única bolsa de valores brasileira

Segundo a gerente de Carreira e Diversidade Halina Matos, a empresa passou por uma transformação cultural

B3: "prezamos muito por um ambiente colaborativo. Aqui as relações realmente importam" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: "prezamos muito por um ambiente colaborativo. Aqui as relações realmente importam" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2019 às 15h00.

Última atualização em 16 de agosto de 2019 às 15h00.

A B3, bolsa de valores do país, nasceu há pouco mais de dois anos da fusão da BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) com a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos).

Desde então, a companhia – que tem no nome uma referência às letras iniciais das palavras Brasil, Bolsa e Balcão – passa por um processo de transformação cultural, conta a gerente de Carreira e Diversidade Halina Matos.

Ela explica como isso funcionou e funciona na prática: “analisamos as fortalezas e os pontos de melhoria de cada empresa para criarmos uma cultura que tivesse a cara dos funcionários e que focasse no melhor que uma união dessas pode trazer. Cocriamos a nossa causa e nossos valores, além de repensar processos e criar práticas que fortalecessem isso, como o dress code e horário flexíveis, ainda pouco vistas no mercado financeiro.”

Não só o ambiente da B3 gera curiosidade, o perfil profissional também. Afinal, quem trabalha na única bolsa de valores brasileira? Como passar nas seleções? Como é a rotina dos colaboradores e como se destacar lá dentro?

Para sanar algumas curiosidades que cercam a empresa, o Na Prática conversou a fundo com Halina e com a estagiária Jennifer Agg de Souza.

Entre habilidades técnicas e comportamentais, o que é indispensável para quem trabalha na bolsa de valores brasileira?

Há uma busca por candidatos com atitudes de protagonismo na carreira. “Damos as oportunidades para que nossos profissionais se desenvolvam sempre por aqui, mas é preciso que cada um assuma a responsabilidade por sua carreira e esteja sempre disposto a evoluir e a aprender.”

No centro do mercado financeiro e de capitais, a B3 está inserida em um mercado que se transforma com rapidez, por isso a disponibilidade e vontade de aprender coisas novas é fundamental.

“Também prezamos muito por um ambiente colaborativo. Aqui as relações realmente importam, então é essencial também que as pessoas que queiram trabalhar aqui tenha a preocupação de construir e manter bons relacionamentos, sempre de maneira aberta e colaborativa”, acrescenta Halina.

“Para que a troca de feedbacks e reconhecimentos seja constante, criamos uma plataforma online de reconhecimento que gera milhas conforme o uso. Essa milhas podem ser trocadas por oportunidades de desenvolvimento.”

Para crescer lá dentro, por sua vez, outro fator bastante valorizado é a qualidade na entrega: “somos uma empresa sólida e com credibilidade reconhecida pelo mercado”.

Como é a rotina de uma estagiária da B3

Como estagiária de Produtos de Informação na companhia, Jennifer faz parte da equipe de desenvolvimento do DATAWISE – em suma, em suma, uma plataforma interativa que contêm análises descritivas do mercado e têm como objetivo auxiliar nas
tomadas de decisões dos clientes (que são os grandes bancos e corretoras) sobre investimentos. Seu time utiliza como insumos o grande número de dados gerados nas atividades da B3.

“Tenho como funções auxiliar no desenvolvimento de novos produtos, explorar novas fontes de dados para enriquecer as análises dos nossos produtos, prestar suporte à equipe de analytics focada em montar os dados que serão divulgados pela imprensa, além de manter contato com diversas áreas da empresa, como o a área de Jurídico e Compliance.”

Terminando a faculdade de Estatística, Jennifer conta que a primeira coisa que faz no expediente de seis horas de estágio é organizar o dia e anotar tarefas, verificar horários de reuniões e responder e-mails. Durante o dia, dá andamento nas atividades definidas junto ao gerente de projetos.

“Aqui na nossa área usamos o método Ágil, então quinzenalmente planejamos quais serão as entregas dos próximos 15 dias”, conta. “O que eu mais gosto no meu trabalho é que apesar de ter algumas atividades fixas, sempre existem tarefas pontuais pra entregar para o time ou para áreas parceiras, então todo dia é um desafio novo que sempre me ensina algo.”

As particularidades de atuar na bolsa

“Como minha graduação tem base muito técnica e teórica, o que eu conhecia do mercado era baseado em atividades extracurriculares que fiz durante a faculdade e estudos em casa com vídeos e livros da internet. Foi uma boa base mas ainda assim tudo muito superficial. Nesses 7 meses na B3 pude aprender estratégias de mercado, para desenvolver melhores produtos, fiz visita a clientes externos, o que me proporcionou a oportunidade de ter um olhar das duas pontas do mercado financeiro e também entender melhor a necessidade do cliente”, conta Jennifer.

Entre os conhecimentos técnicos que desenvolveu, a estagiária destaca ferramentas de Analytics (Tableau), softwares como RStudio, linguagens de programação (SQL) e boas práticas para trabalhar com Big Data.

Além dos aprendizados particulares que a única bolsa de valores do país pode passar, a jovem conta que se sente impactada com a competência, solidez e abertura para colaboração do time.”Outro ponto importante é que por mais que seja estagiária nunca me senti menos ouvida, muito pelo contrário, sempre fui incentivada a expor minhas opiniões e ideias”, relata.

O que pesa na seleção

Seguindo uma tendência de valorização de habilidades que compõem a inteligência emocional, na B3, quando há dois candidatos empatados na parte técnica, os quesitos comportamentais e aderência aos valores ajudam no desempate. “Para nós a atitude correta e ética é inegociável, assim como a proximidade e o foco no cliente – interno e externo. Também avaliamos isso nas entrevistas.”

Da mesma forma que ocorre com as competências técnicas, a seleção não se restringe à Economia e às Engenharias. Embora esses profissionais estejam presentes, a gerente de Carreira e Diversidade explica que há espaço para diversos backgrounds.

“Temos muitos áreas de tecnologia, áreas de risco que incluem cursos de Matemática, Estatística, Física e outras áreas que incluem diversas formações, como Administração, Direito, Comunicação, Psicologia e outras.”

Este artigo foi originalmente publicado pelo site Na Prática, portal da Fundação Estudar

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