Camila Rocca, publicitária e ex-executiva da Meta: “Precisamos ser inovadores para liderar no mercado, seja como funcionário ou empresa” (Camila Rocca/Divulgação)
Repórter
Publicado em 2 de julho de 2024 às 10h16.
Última atualização em 2 de julho de 2024 às 11h21.
A tecnologia trouxe os seus benefícios, assim como também os seus males. Vivemos conectados a muitas pessoas, e pouco conosco – e neste momento em que corremos contra o tempo, o maior dos desafios é ser criativo e inovador no mercado de trabalho.
Neste mundo cada vez mais tecnológico, quem tiver essa qualidade humana de ser criativo vai se destacar no mercado de trabalho. Segundo pesquisa realizada pelo Ecossistema Great People & Great Place To Work em 2023, os profissionais mais jovens têm como preocupação desenvolver a criatividade para dar conta das transformações aceleradas da tecnologia – algo que eles dominam com mais facilidade do as gerações passadas. Outro estudo realizado pela Catho em 2023 mostra que entre os principais desafios do RH para este ano é encontrar profissionais qualificados que tenham, entre as principais características, a criatividade.
Mas como ser criativo na era em que precisamos acompanhar os avanços da tecnologia?
Para Camila Rocca, publicitária com mestrado em Comunicação em Semiótica e com experiência de 26 anos no mercado, passando por empresas como Kraft Foods, Mondelez e Meta (Facebook e Instagram), existem algumas maneiras para um profissional e/ou empresa ser inovador no mercado em que a Inteligência Artificial já está dominando:
Um estudo da Boston Consulting Group (BCG) publicado em 4 de junho deste ano mostra que 83% das empresas colocam “inovação” entre as top 3 das prioridades, afirma Rocca.
“Este estudo também revela que apenas 3% dessas empresas se sentem prontas para efetivamente tirar a inovação da prioridade e colocá-la em prática. Precisamos apostar em medidas que estimulem essa soft skill”, afirma a ex-executiva da Meta que hoje, nos EUA, trabalha como consultoria estratégica e mentora focada em marketing, inovação de produto, transformação digital e liderança por meio de sua empresa &Beyond.
Com o lançamento da série Bridgerton, a empresária reforça que a Netflix movimentou diversas ativações de marcas ao redor do lançamento da série. “Como exemplo, cafés em Nova Iorque adotaram decorações e cardápios inspirados na série. A padaria Ladurée, por exemplo, criou um chá da tarde especial temático da série.”
A Heineken é outra empresa que a publicitária, que já recebeu diversos prêmios internacionais, como o Grand Effie Award, cita como exemplo, por apostar em inovação por meio de eventos e patrocínios. “A marca é conhecida por estar presente em eventos jovens, patrocinar esportes e eventos de música, trazendo uma imagem jovem e inovadora para um produto tradicional.”
Não tem como falar em inovação e não citar empresas de tecnologia. A Apple e a Tesla são grandes exemplos de inovação no mercado, afirma Rocca que irá visitar a Apple em outubro, por meio do programa Salto Alto, em Orlando, nos EUA.
“A Tesla é reconhecida por seus veículos elétricos disruptivos, como o Cybertuck, que atrai muita atenção aqui nos EUA e muda a percepção do mercado automobilístico”, diz a executiva.
“Já a Apple tem revolucionado a usabilidade de produtos tecnológicos desde a criação do iPod, e muito da sua estratégia de negócio tem relação com o que o fundador Steve Jobs disse um dia – ‘Inovação distingue um líder de um seguidor’. Precisamos dessa inovação para liderar no mercado, seja como funcionário ou empresa”.