Obras para futuros líderes (Thinkstock)
Publicado em 8 de outubro de 2024 às 18h57.
No meu último artigo, compartilhei com vocês um dado preocupante: a apatia é o sentimento mais frequente entre o público jovem. Minha intenção com isso não é apresentar um cenário incontornável, mas fazer um convite para mudarmos essa realidade.
Por isso, nesse artigo, quero focar no "como". Afinal, como é que a gestão pode transformar apatia em ação e engajamento?
Na Cia de Talentos, acreditamos que um dos caminhos para isso é ajudar a juventude a enxergar o futuro diferente, com mais otimismo. Não que a liderança tenha que praticar a modalidade de cheerleading, “animando a torcida" mesmo em um cenário pouco inspirador. Também não é para iludir as pessoas, criando falsas esperanças apenas para engajá-las.
O caminho é criar um ambiente de trabalho no qual seja possível estar confortável com o desconfortável, o que envolve capacitar a liderança para que ela saiba fazer uma gestão da mudança com eficiência. Vou explicar melhor essa ideia.
É que, por conta desse ritmo intenso de transformações, sentimentos de desespero, cansaço e preocupação estão surgindo com maior intensidade. Infelizmente, esse cenário foge do nosso controle, ou seja, não dá para frear a aceleração do mundo — mas é possível oferecer um ambiente de trabalho que acolhe essas sensações incômodas e que ajuda as pessoas a lidarem com isso mais facilmente.
Só que, para conquistarmos um clima organizacional assim, é necessário saber conduzir bem a mudança. Na prática, isso significa que a liderança precisa de apoio tanto técnico, com ferramentas e metodologias de gestão, quanto psicológico por meio de programas voltados para o cuidado da sua saúde mental.
Quando temos líderes que sentem segurança em navegar pelas incertezas, suas equipes se sentem inspiradas para fazerem o mesmo, criando um ciclo positivo de resiliência e adaptação. E não só isso: uma boa gestão da mudança também vai impactar no ânimo das pessoas e no sentimento de realização, como identificamos na última edição da pesquisa Carreira dos Sonhos.
Capacitar líderes para fazerem uma boa gestão da mudança também passa por desenvolver habilidades relacionadas à comunicação, como a de praticar uma escuta ativa. Esse tipo de competência faz com que a juventude sinta que há espaço para expressar suas inquietações e compartilhar suas ideias sem julgamento — o que, por sua vez, impacta no senso de pertencimento.
Conforme a organização cria esse espaço de acolhimento e troca, ela não só reduz os efeitos negativos das mudanças rápidas, mas fortalece a capacidade de sua equipe ver além das dificuldades imediatas. Com uma liderança que pratica essas habilidades, o público jovem deixa de enxergar o futuro como um território de medo e apatia.
Em vez disso, esse grupo vê no amanhã uma oportunidade para inovação, crescimento e realização pessoal.