Dólar: nos Estados Unidos, por exemplo, assim como no Brasil, há uma busca por alta por profissionais de tecnologia, mas também da área de marketing e negócios (Roberto Machado Noa / Colaborador/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 26 de setembro de 2021 às 07h00.
Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 10h37.
Com a pandemia e a popularização do home office pelo mundo, as fronteiras têm começado a cair para profissionais, tanto que um das tendências trazidas por este ano de 2021 para o mercado de trabalho é o chamado anywhere office (trabalhe de qualquer lugar, em tradução livre).
A tendência já tem feito com que brasileiros comessem a trabalhar para empresas internacionais ganhando em dólar e também facilitado a contração de profissionais para empresas brasileiras, que podem buscar profissionais em outros país. Na prática, há uma globalização das profissões.
Com o dólar em alta, cotado a mais de R$ 5 desde o início da pandemia, a estratégia ganha apelo. O salário de um profissional de ensino superior nos Estados Unidos é de 80 mil dólares anual, segundo o Departamento de Estatística do Trabalho.
Por mês, esse valor dá cerca de 6,5 mil dólares. Mesmo sendo contratado ganhando um valor abaixo um pouco abaixo disso, o câmbio para o real permite salários altíssimos para quem começar a trabalhar no modelo.
Para concorrer a esse tipo de vaga, é preciso entender que empresas costumam buscar fora do país profissionais que estão em déficit por lá. Por isso, alguns setores vão ter mais oferta de vagas com a possibilidade de oferecer vagas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, assim como no Brasil, há uma busca por alta por profissionais de tecnologia, mas também da área de marketing e negócios.
O Dice Q1 Tech Job Report mostra que o número de empregos da área de tecnologia aumentou 28% no primeiro trimestre deste ano comparado ao ano passado. Para quem não deseja tentar imigrar para o país e trabalhar de lá com um Green Card, vale a tentativa no trabalho remoto e continuar morando no Brasil.
A primeira dica, então, segundo consultores ouvidos pela EXAME, é focar em áreas com alta empregabilidade.
Em segundo lugar, é importante ter o inglês em um nível avançado/fluente para facilitar a busca, a conversa com possíveis recrutadores e o próprio trabalho em si, já que a comunicação em videochamadas provavelmente será frequente.
Como dica número 3, vale também fazer uma versão em inglês da página do LinkediN, utilizá-lo com frequência e colocar que está disposição de trabalho remoto e internacional.
Em entrevista à EXAME, o profissional de marketing Rodrigo Baili, que começou a trabalhar para uma empresa norte-americana, deu outras duas orientações: a primeira é perder o medo e entrar em contato com os recrutados e a outra é estudar a cultura empresarial da empresa para onde você quer ir.
Segundo o Page Group, consultoria internacional de recrutamento, o número de profissionais brasileiros contratados por empresas estrangeiras no modelo home-office aumentou 20% no último mês de agosto comparado com o mesmo mês do ano passado.
Entre os motivos estão o déficit de profissionais lá fora, o real desvalorizado e trabalho remoto em alta.