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Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2014 às 08h39.
São Paulo - Em um ano com pouca geração de empregos, as empresas estão pisando no freio e os profissionais se perguntam o que devem fazer para crescer na carreira agora. Para responder a essa inquietação, VOCÊ S/A conversou com Maria Candida Braumer de Azevedo, da People & Results, consultoria paulistana, que mostra como avançar na carreira quando o mercado não ajuda.
VOCÊ S/A - Por que o mercado de trabalho de 2014 está mais parado?
Maria Candida - De 2010 ao início 2012, o Brasil era a bola da vez, com crescimento surpreendente em diversas áreas. Nesse período, uma quantidade enorme de profissionais foi contratada a peso de ouro, sendo frequente o caso do analista júnior levado para concorrência como gerente.
Na maioria das vezes, essas pessoas estavam pouco preparadas, com deficiências consideráveis frente às competências necessárias. Como a expansão do mercado não se sustentou, esses profissionais, devido ao menor nível de entrega, têm sido desligados.
Com o aumento da inflação, com as eleições, a insatisfação do meio empresarial com o governo e todos os incômodos observados com a Copa, demissões têm sido mais frequentes – e corre mais risco quem entrega abaixo do esperado.
VOCÊ S/A: Qual é a estratégia das empresas para promoções e aberturas de vagas?
Maria Candida - Em período de crise, a atitude é de cautela. Qualquer aumento de custo deve ser triplamente justificado. As exigências sobre as promoções e movimentações aumentam. Nessa hora quem ganha espaço são os profissionais que conseguem reduzir custos, aperfeiçoar processos e aumentar a produtividade.
VOCÊ S/A: O que os profissionais devem fazer agora para impulsionar a carreira?
Maria Candida - O primeiro passo é pedir feedback – ao gestor, aos pares, à equipe e aos clientes internos e externos. É fundamental que o profissional saiba como é percebido e avaliado. Isso pode trazer sinais de alerta e dar à pessoa a escolha de mudar ou não. O segundo passo, igualmente importante, está relacionado ao autoconhecimento.
À medida que a pessoa descobre sua paixão e opta por uma carreira convergente, seu desempenho aumenta e consequentemente, evolui. Com isso, as escolhas passam a ser mais voltadas pela a satisfação pessoal do que social. É muito difícil alguém ser bem sucedido fazendo o que odeia.
VOCÊ S/A: E quais atitudes devem ser evitadas?
Maria Candida - Ser espectador. A passividade em relação à própria carreira é sempre mal vista e indesejada. Quando você culpa o RH ou o chefe pelo seu pouco crescimento, está terceirizando seu futuro. Empresas procuram cada vez mais protagonistas, pessoas que olham para a crise e fazem a diferença.