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Como ser contratado pelo banco Goldman Sachs

Vice-presidente de recursos humanos do Goldman Sachs desmitifica processo seletivo e conta o que a empresa americana de fato valoriza no jovem profissional


	Goldman Sachs: vontade de aprender vale mais que background acadêmico, diz recrutadora do banco
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Goldman Sachs: vontade de aprender vale mais que background acadêmico, diz recrutadora do banco (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 09h39.

Do estagiário ao diretor, todos os candidatos que participam do processo seletivo para entrar no banco americano Goldman Sachs passam por uma série de entrevistas.

“O ideal é que eles sejam entrevistados não só pelo RH e pelo futuro chefe, mas também por pelo menos um representante de todas as áreas com que vai interagir ao assumir a posição”, diz Maria Cristina Sampaulo, vice-presidente de Gestão de Capital Humano da empresa.

Ela admite que o processo é cansativo, mas destaca que o esforço vale a pena por dois motivos. “Primeiro, porque a pessoa já entra sentindo na pele um dos principais traços da nossa cultura, que é a decisão pelo consenso. Além disso, o candidato escolhido sente confiança desde o primeiro dia de trabalho, pois já convenceu a todos de que é o melhor para o cargo”, afirma.

Para quem sonha em trabalhar na empresa, Maria Cristina aponta que um diferencial para o candidato é ir para as entrevistas bem preparado. “Poucos de fato pesquisam sobre a empresa anteriormente e chegam aqui com uma ideia bastante equivocada sobre nosso estilo de trabalho e as possibilidades de carreira dentro do banco”, diz.

Confira o que recrutadora avalia na hora de escolher novos funcionários:

1. Conhecimento básico sobre a empresa 
“Quando você conhece um pouco mais sobre a empresa para a qual se candidatou, consegue refletir previamente se ela está realmente alinhada aos seus objetivos e, na hora da seleção, expor seus pontos fortes de acordo com o contexto. A página de carreira do Goldman Sachs (em inglês), por exemplo, disponibiliza entrevistas com funcionários de diversas áreas da empresa. O aplicativo para celular Goldman Sachs Carrers ainda oferece dicas para a elaboração do currículo e para a entrevista. Também é possível participar de eventos informativos que realizamos no lançamento de nossos programas de estágio para explicar a dinâmica de funcionamento das áreas.”

2. Facilidade de comunicação
“A expressão clara das ideias é essencial para se trabalhar no Goldman Sachs pois dela depende sua contribuição para o banco. Estimulamos que todos tenham voz ativa e expressem suas opiniões em todos os níveis da organização, essa característica é chave para se trazer algo novo e para o desenvolvimento e aprimoramento das pessoas e de seus projetos. Por isso, avaliamos a habilidade de comunicação do candidato nas entrevistas, a partir da forma como ele conta sua trajetória e fala dos projetos de que já fez parte. Também valorizamos aqueles que sabem se posicionar e que perguntam o que não sabem. O inglês fluente é outra exigência: nós falamos, ouvimos e escrevemos nesse idioma todos os dias.”

3. Trabalho em equipe
“Os jovens têm a impressão de que o ambiente financeiro é necessariamente muito agressivo e que, por isso, eles precisam demonstrar agressividade no processo seletivo. Nas entrevistas, alguns usam um tom arrogante para mostrar que são melhores do que os concorrentes. Nas dinâmicas, tentam destacar sua opinião individual em detrimento do consenso do grupo. Tudo isso porque acham que esse perfil é mais valorizado por todas as empresas do setor. A verdade é que no Goldman Sachs prezamos pelo trabalho em equipe e pelas decisões em consenso. Valorizamos o candidato que é assertivo, mas não o que quer sobressair entre os outros.”

4. Vontade de aprender
“O background acadêmico não determina o setor em que você vai trabalhar no Goldman Sachs, e sim a vontade de aprender. Eu, por exemplo, sou contadora e entrei no banco como recepcionista terceirizada. Já passei pela área de Gestão de Serviços Corporativos e Patrimônio da empresa e hoje sou VP de Gestão de Capital Humano. Nos Estados Unidos, onde nossa estrutura é maior, há uma diversidade de backgrounds que chama ainda mais a atenção: o curso de graduação não precisa ter nenhuma ligação com o mercado financeiro, contrata-se até pessoas formadas em história da arte, por exemplo.”

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