CV: existem sete seções mais importantes para ter no currículo (VectorStory/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 10h00.
Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 11h19.
Na Prática
É muito importante fazer a escolha de um bom modelo de currículo (ou curriculum vitae), pois ele é o primeiro contato com o recrutador. Porém, em meio a tantos detalhes, não é fácil acertar logo de cara.
A primeira coisa que você precisa saber sobre currículos: fazê-los não é uma tarefa rápida. Mas a boa notícia é que, embora exija tempo, não é algo misterioso. Para te ajudar, disponibilizamos modelos de currículo e um passo a passo de cada etapa dele!
Antes de baixar o modelo de currículo, é interessante entender o objetivo principal desse documento: ele é um reflexo de quem você é como profissional e deve mostrar de forma resumida o que você fez, o que aprendeu, e o que sabe fazer.
O curriculum vitae serve para colocar seu pé na porta e garantir uma entrevista, momento em que você vai ter a oportunidade de expor melhor sua personalidade e falar sobre tudo que ficou de fora.
Mas, em um primeiro momento, é analisando o seu currículo que os recrutadores vão tentar entender se você tem os atributos e o perfil para a vaga em questão – se vai acontecer o chamado match entre os dois. É aí que o especialista decide se você avança ou não no processo seletivo. Ou seja, é um documento bem importante! Então, sua dedicação vale muito a pena.
Muitos jovens que estão no começo da carreira se veem em um dilema na hora de fazer o currículo: o que colocar no campo “experiência profissional” se nunca trabalhei, ou só fiz um estágio? Deixo o resto em branco? Apago essa seção?
No início, quando ainda não temos um histórico de trabalhos para colocar no papel, a solução é simples: pense em tudo que você já fez e o que ajudou a moldar e enriquecer sua trajetória profissional, mesmo que não tenha sido um emprego formal ou remunerado. Com certeza você passou por muitas experiências que exigiram dedicação e o ajudaram a desenvolver novos conhecimentos e habilidades.
É hora de refletir sobre elas. Isso significa colocar na mesa trabalhos voluntários, projetos paralelos ou universitários, viagens ou atuações em empresas juniores, entre outras possibilidades, para decidir o que compõe sua história. Quais experiências fizeram você crescer e por quê?
Para enriquecer cada vez mais seu currículo, procure sempre se capacitar, tocar projetos próprios e outras experiências que possam dar uma amostra do seu potencial. Enquanto a primeira oportunidade de emprego não acontece, tente criar você mesmo suas oportunidades!
O que mais importa, garantem os recrutadores, é trazer uma trajetória coerente, mostrando o que você já conquistou e que habilidades empregou para chegar lá – principalmente, se elas se relacionam com a vaga em questão.
Agora já ficou claro que, mesmo no início de carreira, você provavelmente tem material suficiente para montar um bom currículo, certo? Então vamos começar. Primeiro, um bom currículo exige uma formatação simples e uma edição impecável, sem um único erro de português.
Não importa sua profissão ou a posição, disso nenhum recrutador discordará. Comece pelos dados básicos: nome, endereço e contatos pessoais, que ficam no cabeçalho. A estrutura do currículo vem em seguida e se divide em 7 seções, que aparecem nessa ordem:
#1 Objetivo
#2 Formação
#3 Experiência
#4 Outras atividades
#5 Habilidades
#6 Idiomas
#7 Referências
Um currículo tradicional, usado por quem já tem mais tempo no mercado, traz as experiências profissionais antes da formação.
No começo da carreira, no entanto, quando suas vivências são majoritariamente acadêmicas, é melhor invertê-los para dar destaque aos seus estudos e desenvolvimento.
A seguir, explicaremos como preencher cada uma das seções de um currículo ideal. Além disso, para facilitar na hora que você estiver fazendo o seu, ainda teremos exemplos de cada um deles.
Confira!
O objetivo, também conhecido como objetivo ‘profissional’, deve contar com uma ou duas frases que resumem o tipo de oportunidade que você está procurando.
Não é a parte mais relevante do currículo, mas como muitas pessoas acabam entregando algo genérico (ou nada), esforçar-se aqui pode ser uma chance de se destacar.
Esse momento também é uma boa chance de refletir se aquela vaga combina com seu perfil, já que atirar para todos os lados pode não ser uma boa estratégia.
De um lado está você, que talvez não veja valor genuíno naquela oportunidade, e do outro está o recrutador, que pode enxergar essa falta de alinhamento rapidamente.
Então, reflita com calma. Qual é seu objetivo nesse momento? Aprender algo novo na sua área, entender como funciona uma startup, desenvolver suas capacidades analíticas? O que você de fato quer?
É claro que você, no início da carreira, não precisa ter 100% de clareza sobre o que está procurando. Não tem problema. Ainda assim, busque usar termos como desenvolvimento, crescimento, e aprendizado – eles demonstram que você está em busca de se aperfeiçoar e crescer.
Na hora de preencher esse campo, pense nas razões pelas quais a vaga é interessante para você e como o que o emprego oferece é compatível com seus objetivos profissionais.
Dica: sempre que for possível, adapte o objetivo para cada vaga a que você está se candidatando. Mas atenção! Nada de mandar o nome de uma empresa para outra por engano.
É onde ficam as informações sobre sua educação, sejam elas diplomas, certificados, especializações, extensões, intercâmbios ou cursos livres. Não inclua seminários, conferências ou similares se tiver sido apenas um ouvinte. Muita gente faz isso para dar volume ao currículo, mas não é necessário nem recomendado. Caso tenha sido algo realmente importante para você, há espaço na seção sobre outras atividades.
Aqui, o que é relevante mesmo são suas formações acadêmicas, que não precisam ser de grande porte para constarem. Aprendeu a programar planilhas num curso online legal? Formou-se em algum curso intensivo complementar? Então coloque as informações.
E mantenha tudo simples: inclua nome da instituição, tipo de diploma ou certificado, curso, cidade e ano de conclusão. Notas ou médias ponderadas são desnecessárias, mas caso sua classe tenha um ranking e você esteja bem colocado, vale a menção.
Graduação em Administração
Graduação em Economia
Curso de extensão de econometria
Curso de lógica de programação
Use o fato de que o campo se chama apenas “experiência” ao seu favor: perca o medo de citar qualquer coisa que não é um emprego. É experiência aquilo que lhe adicionou em termos profissionais, onde você teve tarefas e tomou ações que tiveram resultados dentro de uma organização.
Para apresentá-las no papel, inverta a ordem cronológica, coloque a experiência mais recente primeiro.
Se tiver trabalhado em uma empresa júnior, no centro acadêmico ou em outra associação estudantil, por exemplo, pode colocar essa vivência aqui. Em seguida, adicione uma ou duas frases que resumem suas responsabilidades, preferencialmente utilizando o método STAR que explicamos anteriormente.
Responsável pelo acompanhamento de mídias sociais no Brasil da empresa B, uma multinacional com 10 mil funcionários. Usando Google Analytics, recomendei melhorias estratégicas para a equipe e também cuidei de traduções e produção de conteúdo para Twitter e Facebook, canais que juntos alcançavam mais de 80 mil pessoas.
Responsável pela logística de entrega de materiais e pelo acompanhamento de clientes ao longo do primeiro ano de internacionalização da startup. No projeto X, que representou um crescimento de 10% no faturamento total, também atuei como assistente do diretor e participei do planejamento estratégico da proposta.
Três meses após entrar como membro da equipe nacional de intercâmbios sociais, me tornei vice-diretor e responsável por traçar uma estratégia de atração. Para bater a meta de 300 intercâmbios por ano e com um orçamento de R$ 5 mil, organizei 40 palestras online e presenciais pelo Brasil e conduzi um trabalho conjunto de follow-up até atingi-la, em agosto.
Aqui ficam as experiências que foram formativas de alguma forma, mas que não cabem em outros lugares. Por exemplo, prêmios, vivências internacionais importantes, destaques acadêmicos e esportivos – todas apresentadas da maneira mais sucinta possível.
Passou três meses trabalhando na Disney e isso teve importância em sua formação profissional? Pode colocar aqui. Seu grupo venceu uma competição de cases ou fez um documentário que teve bastante visualizações no YouTube? Cabe também.
Na hora de preencher essa seção, que não é obrigatória, lembre-se sempre de que quem está lendo são recrutadores. Eles não querem saber se sua vida é animada, mas se você é um bom candidato – e tudo que estiver no currículo pode (e deve) virar assunto na entrevista, então filtre por relevância.
Abaixo alguns exemplos, aplique o raciocínio no modelo de currículo do Na Prática, após baixá-lo.
ONG X – Agosto 2015 ao presente
Voluntário na ONG que luta pela preservação da mata atlântica. Em 2014, captei cerca de R$ 10 mil para a organização através de uma campanha de rua.
Competição de cases da Consultoria X – Setembro de 2016
Primeiro lugar na competição estadual no Rio de Janeiro e finalista nacional com um case sobre as estratégias de crescimento do Netflix no Brasil.
The Walt Disney Company – Jun/2017 a Agosto/2017
Intercâmbio de trabalho na Disney Orlando durante as férias de verão norte-americanas, quando o parque recebe seu maior número de visitantes.
Caso você queira destacar seus conhecimentos sobre alguma ferramenta que tenha relevância para o tipo de posição que procura, como Adobe Photoshop ou Microsoft Excel, poderá fazê-lo nesta seção.
O importante é escrever de maneira sucinta e não adornar com adjetivos desnecessários. Utilize a métrica:
Microsoft Excel (intermediário), Adobe Premiere (avançado), Javascript (básico).
Aqui vem sua proficiência em outros idiomas (sincera, não vale a pena mentir!). Caso tenha alguma comprovação de fluência, como um teste reconhecido ou um certificado de alguma escola, também pode incluí-la nessa seção.
Francês básico (leitura e escrita), Inglês avançado (conversação, leitura e escrita – 109 pontos no TOEFL/2019), Espanhol intermediário (conversação, leitura e escrita – aluno da Escola X desde 2018).
Especialmente propício para pessoas em início de carreira, o campo de referências consiste em um ou mais contatos – com nome, cargo, telefone e e-mail de cada um – que podem atestar sobre suas capacidades profissionais a partir das experiências que tiveram com você.
É possível incluir professores, orientadores em projetos universitários ou iniciação científica, chefes ou outros que conviveram com você e podem falar mais sobre seu trabalho.
Não se esqueça de avisar suas referências antes de enviar o currículo. Elas precisam saber do que se trata caso alguém entre em contato perguntando sobre você. Não se esqueça de acrescentar as referências no seu modelo de currículo!
Pessoa A, professora de Economia da Faculdade X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: exemplo@e-mail.com
Pessoa B, presidente da empresa junior X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: exemplo@e-mail.com
O currículo a ser enviado no início de carreira costuma ser um dos mais problemáticos. Aliás, além da prática ser nova, nós temos pouco a incluir e pouco a mostrar.
Mas, como tudo na vida, esse problema também tem jeito. Se você está no início da carreira, utilize as dicas abaixo para conseguir se destacar.
O currículo nesta fase da vida é aquele em que as nossas experiências profissionais são quase ou totalmente inexistentes. Ainda assim, é importante que mostremos aos recrutadores tudo aquilo de legal que já fizemos e que pode interessar à empresa.
Vagas de trainee costumam aparecer no fim da graduação e já passam a exigir mais habilidades e experiências, ainda que mais sucintas e ligadas à faculdade. É preciso que você demonstre com bastante clareza para o recrutador quais são as suas habilidades e competências principais.
Não custa repetir: erros de português são inaceitáveis, então revise constantemente. Às vezes, o olhar cansado deixa alguma coisa passar, tanto em termos de acento e concordância, quanto de conteúdo geral.
É aí que entra a participação de terceiros, como amigos, colegas e familiares, que podem avaliar seu melhor modelo de currículo e oferecer feedbacks construtivos. Pergunte se há algum erro ou termo estranho, se está fácil de ler, se falta alguma coisa que você fez, o que chama a atenção… Aproveite a oportunidade para aprimorar seu currículo ainda mais.
Por fim, revise tudo mais uma vez – dê atenção especial à grafia de nomes de empresas e das posições desejadas – e salve o arquivo. É melhor exportá-lo para o formato PDF, uma opção fornecida por todos os editores de texto. Ele manterá sua formatação original e você não vai precisar se preocupar com uma quebra de linha acidental arruinando todo seu trabalho duro.
"12 modelos de currículo para baixar, preencher e se destacar no mercado" foi originalmente publicado pelo portal Na Prática da Fundação Estudar.
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