Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual e fundador do Inteli, Maíra Habimorad, presidente do Inteli, e Tonny Martins, gerente geral da IBM para a América Latina: conversam com alunos do Inteli sobre os desafios e oportunidades para o setor de tecnologia (Divulgação: Inteli)
Repórter
Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 13h31.
Última atualização em 7 de dezembro de 2023 às 13h55.
O setor de tecnologia segue aquecido e as expectativas são positivas para os próximos anos. Segundo o Guia Salarial Robert Half 2024, 58% dos CIOs (Chief Information Officer, responsável pela tecnologia da informação de uma empresa), pretendem abrir novas vagas, enquanto 40% planejam preencher posições abertas. Um outro estudo da Brasscom, (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), revela que até 2025 devem surgir 800 mil vagas para profissionais de tecnologia.
Enquanto a demanda por esses talentos aumenta no Brasil e no mundo, as empresas seguem com o desafio de encontrar profissionais qualificados para esses cargos.
Para debater como a tecnologia e o desenvolvimento de talentos são importantes para os negócios do futuro, um painel foi realizado nesta quarta-feira com os alunos do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli). Na ocasião, Tonny Martins, gerente geral da IBM para a América Latina, conversou com Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) e fundador do Inteli, sobre tecnologia, educação, formação de mão de obra e os principais desafios das empresas atualmente.
Com Maíra Habimorad, presidente do Inteli, mediando o painel, os executivos começaram falando sobre as oportunidades para quem escolhe uma carreira no setor de tecnologia.
“Vai ser raro ver um negócio que não seja de tecnologia. Se uma área ou profissional está se sobressaindo é porque está incorporando tecnologia de alguma forma,” afirma Sallouti, que com mais de 30 anos de BTG, viu acontecer a transição do banco para o digital.
“Quando o Banco Central regulamentou a conta digital, vimos a chance de usar a tecnologia ao nosso favor. Foi assim que começamos a oferecer os nossos serviços em um aplicativo que chegou a toda a população brasileira.”
Com os avanços que a tecnologia proporcionou, Sallouti comenta que o banco saiu de uma empresa tradicional de investimentos para um banco mais moderno e acessível, e neste processo, foi perceptível ver a mudança de contratação – cada vez mais era necessário mão de obra voltada para tecnologia, desde cientista de dados ao profissional que entendesse de performance de marketing.
“A nossa área de tecnologia saiu de 300 para 3 mil pessoas. Por isso que eu sempre falo que mais do que uma transformação digital, a tecnologia veio para fazer uma mudança cultural,” diz Sallouti.
No meio do caminho de transformação para o digital, Sallouti falou sobre a ideia de criar o Inteli em 2021, que além de formar profissionais para atuarem com tecnologia, também possuem como foco formar os futuros líderes.
“Do ponto de vista estratégico, o Inteli foi o movimento mais acertado. Mudou, por exemplo, as expectativas do negócio, afinal, você não quer mais um chefe que manda, você quer um líder que inspira e ele faz isso por meio do comportamento.”
Transformar tecnologia em valor é o que Tonny Martins, gerente geral da IBM, reforçou no painel, ao reforçar que o mundo fica cada vez mais múltiplo, e explica para os alunos a importância de um time entender sobre tecnologia e ligar isso com os desafios dos negócios.
“A expectativa da Brasscom é de que vão surgir mais de 800 mil vagas até 2025. Precisamos entender como vamos preencher essas vagas com gente talentosa,” afirma Martins que também tem mais de 30 anos de empresa, começou como estagiário e já ocupou a presidência da IBM Brasil entre 2018 e 2020.
Além da inteligência racional, Martins reforça que o mercado também busca hoje capacidades emocionais, e como o Inteli tem esse viés de formar lideranças também, a IBM começou a apoiar neste ano a faculdade no desenvolvimento de projetos que apoiem a trilha acadêmica de alunos e professores, oferecendo conteúdos, ferramentas e mentoria de seus especialistas.
“Temos um compromisso global de formar 30 milhões de pessoas em tecnologias até 2030. Essa parceria com o Inteli faz parte deste compromisso, porque acreditamos que investir no desenvolvimento de novos talentos e nos avanços tecnológicos faz parte das necessidades do futuro.”
“Hoje você não fala de negócios e novos produtos sem falar de tecnologia. Caminhamos para um mundo cada vez mais tecnológico, de forma que traga impactos para as empresas e sociedade,” diz Martins.
Entre assuntos como desenvolvimento de políticas públicas e cibersegurança, os executivos também falaram sobre a importância de usar o conhecimento da tecnologia para o bem da sociedade.
“As tecnologias estão amadurecendo e vem a IA junto. Pensa na riqueza que podemos gerar para a sociedade nos próximos anos,” diz Martins, que com formação superior em Sistemas, diz Martins que tem como objetivo alavancar a adoção de tecnologias para impactar positivamente pessoas e negócios para um futuro mais promissor.
“Imagina no SUS ter um app com todo o histórico do paciente. A geração de vocês é melhor do que a nossa em tudo, tem mais conhecimento sobre os valores corretos, além dos outros conhecimentos desenvolvidos. O impacto pode ser brutal se usarem o talento de vocês em prol da sociedade,” afirma Sallouti, que ajudou a fundar o Inteli, que tem como missão formar uma nova geração de líderes na área de tecnologia.
O Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli) é patrocinado por uma doação de R$ 200 milhões da família Esteves, e conta com apoio institucional do BTG Pactual. É a primeira faculdade orientada por projetos do país, e por isso as aulas são em grupo, com os dois primeiros anos contando com estudo integral e presencial na cidade universitária de São Paulo.
Atualmente o Instituto conta com 343 alunos matriculados em cursos de graduação (55% com bolsa integral), com estudantes de todas as regiões do país.