(Brendan Mcdermid/Reuters)
Victor Sena
Publicado em 24 de maio de 2021 às 07h00.
Última atualização em 27 de maio de 2021 às 11h14.
O caminho para conseguir uma oportunidade de trabalho nos Estados Unidos, país que ainda inspira os desejos de carreira para diversos profissionais, passa por um ponto chave: buscar profissões com alta demanda no país.
Isso porque não é só o Brasil que vive um déficit de profissionais em algumas áreas, como a de tecnologia.
O setor de TI, nos Estados Unidos, teve em 2020 mais de 1,4 milhões de oportunidades, mas a formação de pessoas na área não tem dado conta. Segundo o relatório The General State of the Global Talent Shortage in 2020, o país teve "apenas" 400 mil formados em tecnologia no ano.
O relatório também mostra que houve um aumento de 28% de novos empregos do setor no último ano. Outras áreas que têm alta demanda no país são fisioterapia, odontologia e e cuidados com saúde em geral.
Como estas profissões são consideradas de interesse nacional, o requerimento de um Green Card do tipo EB2 começa ser facilitado no governo Biden.
Essa modalidade foi criada para profissionais acima da média ou com habilidades excepcionais, mas na prática podem ser utilizadas por pessoas que se encaixam em profissões que empresas norte-americanas estão desesperadas por preencher.
Antes da pandemia, a economia dos Estados Unidos vinha crescendo a um ritmo de cerca de 3%, considerado um ótimo desempenho. Mesmo com queda da atividade em 2020, o ano de 2021 deve ser de recuperação.
A taxa de desemprego no país chegou a 14% em abril de 2020, mas está estabilizada em 6% desde janeiro deste ano, segundo o Departamento de Trabalho do país. Antes da pandemia, o desemprego nos Estados Unidos era de 4%.
O aumento de vagas tem se refletido também no interesse de brasileiros por emigração. Nos últimos dois anos, a D4U USA notou um aumentou de 30% no número de clientes que têm solicitado o visto EB2.
A empresa é uma assessoria legal imigratória com expertise em expatriação para os Estados Unidos.
Na visão de Wagner Pontes, CEO da D4U USA, há um pilar formado por três pontos que explicam esses números: existe um déficit de profissionais de saúde e tecnologia, o governo Biden é mais aberto e o brasileiro ainda tem um “sentimento de vira-latas” que o faz desejar emigrar para trabalhar nos Estados Unidos.
Mesmo com déficit de profissionais de saúde e tecnologia, Pontes destaca que é preciso ter alguma experiência ou se destacar para conseguir oportunidade de vaga dos Estados Unidos.
Apesar disso, ele cita também que o profissional médio brasileiro costumo sair de uma faculdade com um nível de qualificação profissional um pouco melhor do que o profissional americano, que nem sempre opta pelo bacharelado.
Esse diferencial pode ser umas seguintes opções:
Depois de escolher um carreira com alta demanda nos Estados Unidos, como as de saúde e de tecnologia, o executivo dá algumas dicas para o profissional que deseja tentar ir para o país.
É importante colocar no LinkedIn que se está disponível para emigrar para o mercado americano.
“Se ele for dessas áreas que estiverem em 'shortages', é impressionante como ele estará sendo buscado e receberá mensagens”, explica.
Ao conseguir o emprego, é necessário aplicar para o visto de trabalho ou para o Green Card, que pode ser a modalidade de interesse nacional quando são a entrada é por essas profissões mais buscadas. Assim, é possível “ganhar” de oito a 10 meses.