Campus da Unicamp, em Campinas, no interior paulista: nesta quarta-feira, mais de 77 mil estudantes iniciam o primeiro dia da primeira fase da Unicamp (Creative Commons/Creative Commons)
Luísa Granato
Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 06h00.
Com a pandemia, a maratona de provas de vestibulares do final do ano foi adiada para o começo 2021. Nesta quarta-feira, 6, mais de 77 mil estudantes iniciam o primeiro dia da primeira fase da Unicamp. A divisão da prova em dois dias, e com menos questões, mostra uma das diversas mudanças para a realização das provas em meio à crise sanitária.
Além dos cuidados normais com documentos e materiais, as novas normas de segurança entram no manual do candidato como condições para a realização da prova. Ao infringi-las, os estudantes podem ser desclassificados.
O uso de máscara será obrigatório durante todo o exame. Assim, os estudantes não poderão fazer lanches ou beber água dentro das salas. Nos prédios, os bebedouros estarão interditados e o distanciamento social de 1,5 metro deve ser mantido a todo momento. Quem apresentar sintomas ou passar mal durante a prova, não poderá realiza-la.
Apesar de todas as recomendações, as aglomerações antes da abertura dos portões nos locais de prova ainda preocupam. Assim como as consequências das circunstâncias das provas e do ano de pandemia.
Segundo Adriano Chan, professor e fundador do Laboratório de Redação, curso preparatório para o vestibular, os protocolos ainda estão falhos e não orientam de forma clara como os candidatos devem agir no dia. As medidas, como não poder comer na sala, acabam tirando tempo para resolver as questões e aumentam a ansiedade no dia.
“O aluno precisa treinar em casa a distribuição de tempo. A percepção do tempo com as aulas online mudou muito e o vestibular não considerou isso. Apenas a Unicamp considerou, a maioria ignorou o efeito do período com aulas só no computador”, alerta o professor.
A Fuvest, prova de seleção para a Universidade de São Paulo, será realizado no domingo, dia 10, por 130.525 estudantes. A estrutura da prova será mantida, com 90 questões e 5 horas de duração. A Unicamp terá menos questões: serão 72 em um exame de 4 horas.
Ainda em janeiro, a Vunesp, prova para a Unesp, acontecerá nos dias 30 e 31 de janeiro, dividindo os candidatos por áreas de estudo.
Já o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terá uma novidade a mais. Depois dos exames presenciais nos dias 17 e 24 de janeiro, ocorre uma versão piloto digital nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Universidades privadas, como a Pontifícia Universidade Católica e o Mackenzie, aderiram ao vestibular online como saída. E candidatos reclamaram por causa de instabilidades e problemas de conexão no sistema. “Seria lindo de fosse todo mundo online. Por outro lado, quem vai fazer online está se arriscando por ser uma prova grande e não sabermos se o sistema vai segurar”, fala Chan.
Apesar das incertezas, o professor deixa um recado para todos: “Nenhuma mudança é muito brusca, elas sempre têm começo, meio e fim. São novidades, mas não são coisas que nunca viram. Se o aluno se atentar para ter uma leitura cuidadosa e conseguir administra a ansiedade que a covid trouxe para a gente, ele pode alcançar resultados surpreendentes”.
Atenção ao tempo: “O candidato deve seguir a seguinte matemática: cada teste deve levar três minutos e cada questão aberta, cinco minutos. Para a redação, ele deve reservar uma hora para escrever o rascunho e meia hora para passar a limpo”, diz o professor.
A melhor máscara: “É melhor não fazer com máscara de pano, mas comprar as máscaras cirúrgicas, de preferência aquelas que não tem aba na orelha. Ela machuca depois de um tempo. A máscara cirúrgica deixa a respiração mais livre. E é bom levar dez máscaras para trocar durante a prova”.
O que levar: “Enem pede caneta preta, a Fuvest pede caneta azul. Ou a pessoa deixa o estojo com tudo pronto ou verifica três vezes no dia anterior. O mesmo para documentos. O certo é fazer um checklist olhando o edital e manual do candidato”.
Uma dica final – e super prática para a redação: “Agora os vestibulares estão exigindo caneta transparente. Para a redação, um truque é substituir a carga da caneta transparente por uma da caneta mais fina, a de 7 mm. Parece bobo, mas ajuda a melhorar a legibilidade da letra. Sugiro uma caneta do tipo Bic Cristal”.