Yunha Kim e fundadores da Locket: "Não importa a maneira como alguém encontre você, eles sempre irão justificar isso porque você é mulher", afirma (Divulgação/Locket)
Talita Abrantes
Publicado em 15 de abril de 2014 às 12h06.
São Paulo – Em uma trama que parece não ter fim, há mais um capítulo da série de que ainda há pessoas que não levam a sério as mulheres que chegam a um posto de liderança. A americana Yunha Kim, CEO da Locket, é a mais nova protagonista (e vítima) desta novela.
Como presidente de uma startup, parte do trabalho dela é prospectar novos funcionários para seu time de desenvolvedores.
Em uma dessas buscas, Yunha recebeu uma resposta deselegante, para ser eufemista. Diante da proposta de emprego, um engenheiro a convidou para um encontro amoroso. Se não bastasse isso, completou:
“Talvez existam alguns jeitos pouco convencionais para me atrair para fora da minha empresa (além de stock options), se você me entende”.
Receber e-mails desrespeitosos como este é um dos fatores mais difíceis de ser CEO e mulher, segundo ela escreveu em artigo publicado nos sites Business Insider e The Next Web. Mas não é o único.
“Se você é agressiva, você é uma vadia. Se emocional, está com TPM. Se suave, você é muito feminina”, escreve. “Não importa a maneira como alguém encontre você, eles sempre irão justificar isso porque você é mulher”.
Formada pela Duke University, Yunha fundou a Locket em março de 2013 com outros dois amigos. A startup desenvolveu um aplicativo para Android que exibe propagandas na tela de bloqueio do celular e que paga o usuário sempre que ele desbloqueia o próprio smartphone.