Carlos Ghosn, presidente da Nissan: um dos executivos mais bem pagos do Japão (Toshifumi Kitamura/AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2010 às 11h37.
Yokohama - O presidente e diretor-geral da montadora Nissan, o francês de origem brasileira Carlos Ghosn, declarou ter recebido 890 milhões de ienes (9,8 milhões de dólares) no período 2009-2010, o que o converte num dos diretores mais bem pagos do Japão.
Ghosn revelou seu salário durante uma assembleia-geral anual de acionistas do grupo japonês, que foi celebrada nesta quarta-feira em Yokohama, na região de Tóquio.
Em virtude das novas normas impostas pelo governo japonês, uma lista de empresas devem publicar os salários dos executivos que ganham mais de 100 milhões de ienes por ano. As companhias podem escolher entre dar o montante global pago ao conjunto dos diretores que cobram mais que essa soma ou especificar o quanto cada um ganha realmente.
Ghosn informou seus honorários para o ano orçamentário de abril 2009 a março 2010. Os doze principais dirigentes do grupo recebera, no total, 1,692 bilhão de ienes (16 milhões de dólares), segundo o informe entregue aos acionistas.
"Devemos nos comparar com os padrões internacionais e nos assegurar que não fiquemos desconectados do mercado mundial em relação à retribuição dos diretores", afirmou Ghosn.
Um porta-voz da Nissan, Simon Sproule, precisou que seu salário estava "abaixo da remuneração média dos diretores gerais da Volkswagen, Ford, Daimler e Fiat".
Ghosn é assim o diretor de empresas cotadas na Bolsa mais bem pagados, segundo os salários divulgados hoje, ficando à frente de seu colega da Sony, o americano Howard Stringer, que recebeu 816,5 milhões de ienes (9 milhões de dólares) no mesmo período, segundo cifras publicadas na sexta-feira passada pelo fabricante de produtos eletrônicos.
O salário de Ghosn não inclui o 1,52 milhão de dólares que cobrou em 2009 como presidente e diretor-geral da montadora Renault, principal acionista da Nissan, com 45,7% das ações.
No geral, os diretores japoneses ganham muito menos que seus colegas europeus e americanos, principalmente em tempos de crise econômica, quando lhes pedem que deem o exemplo. Muitos deles reduziram e, inclusive renunciaram, a seus salários durante a recessão de 2008.