Google: profissional alega que, devido à idade, a empresa nunca lhe ofereceu emprego (Mike Blake/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 15h00.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 15h00.
Nova York/São Francisco - O Google não conseguiu impedir uma ação de classe de candidatos a emprego rejeitados que acusam a gigante das buscas on-line de favorecer sistematicamente candidatos mais jovens.
A juíza distrital dos EUA Beth Labson Freeman em San José, Califórnia, emitiu decisão na quarta-feira rejeitando o pedido da empresa para negar status de grupo a 265 pessoas de 40 anos ou mais que tentavam se unir ao processo.
A juíza afirmou que a decisão continuará em sigilo por enquanto porque contém informações “altamente confidenciais e sensíveis aos negócios” e que determinará que as partes a assessorem a respeito do conteúdo a ser redigido para que a decisão possa ser divulgada ao público.
O caso é encabeçado por uma engenheira que foi entrevistada pelo Google quatro vezes entre 2007 e 2014, sendo que na primeira vez ela tinha 47 anos.
Ela alega que, devido à idade, a empresa nunca lhe ofereceu emprego, apesar de ela ter “qualificações altamente pertinentes e experiência em programação”.
Cheryl Fillekes alegou que o processo de contratação do Google -- mesmo que pareça neutro -- resultou em “uma prática e um padrão” de discriminação contra os candidatos mais velhos.
A empresa fez isso de várias formas, por exemplo, ao enfatizar nas entrevistas questões abstratas e teóricas em linha com os currículos atuais das faculdades de engenharia e ao focar o “Googleyness” (conjunto de qualidades necessárias para trabalhar no Google) e o alinhamento à cultura da empresa, promovendo assim a juventude de sua equipe, afirma a ação, que estabelece a mediana de idade dos funcionários do Google em 29 anos.
Freeman permitiu em 2016 que os advogados da mulher buscassem outros candidatos que alegavam ter tido empregos negados devido à idade.
Após avaliar as acusações dos candidatos rejeitados, o Google argumentou que há muitas variações entre as alegações para que o caso se sustente como ação de classe.
A empresa afirma que quando seus advogados questionaram dezenas de candidatos a emprego que procuravam participar do caso, alguns afirmaram que tiveram bom desempenho no teste de engenharia técnica da empresa e que não o criticavam, ao contrário de Fillekes.
O Google afirmou também que “alguns queixosos que fizeram diversas entrevistas tiveram melhor desempenho depois dos 40 anos do que antes”.