Canadá: ExpoCanada acontece em maio em Brasília, Goiânia, São Paulo e no Rio de Janeiro (Valeriy_G/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 2 de maio de 2022 às 14h59.
Você sonha em morar no Canadá e ter uma carreira internacional? Em 2022, o número de vagas de empregos abertas no país só aumenta: são mais de 915 mil vagas em aberto, segundo o Statistics Canada.
Com a reabertura de fronteiras e a flexibilização das restrições sanitárias, o número de oportunidades quase dobrou em relação a 2021, quando eram mais de 550 mil vagas.
Em seis meses, alguns segmentos tiveram um aumento mais significativo no número de vagas. Entre eles:
E, segundo Ed Santos, especialista em imigração e sócio da Canada Intercâmbio, o mercado ainda sofre com a falta de profissionais qualificados.
E o país precisa de imigrantes para preencher os postos em aberto. Além de ter uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo, sua população também é uma das mais velhas do mundo, com 18% tendo 65 anos ou mais.
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“A maioria dos empresários aqui no Canadá relata dificuldades de contratação devido à escassez de talentos. Além da qualificação técnica, muitas pessoas não possuem o inglês suficiente para competir no mercado. As pessoas chegam aqui e pensam que é fácil arrumar emprego. Não é. Precisa de inglês e de qualificação”, diz.
O especialista também é o organizador da Expo Canada 2022, feira gratuita para quem quer conhecer mais sobre as oportunidades para estudar e trabalhar no país.
O evento vai acontecer em Brasília, Goiânia, São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 10 e 15 de maio. Confira o cronograma completo e mais informações pelo site.
Se uma pessoa quer só visitar o Canadá, ela não pode trabalhar, ela precisa de um visto de turismo ou ter um visto americano e emitir a autorização eletrônica de viagem. Além disso, se a pessoa for para estudar, por exemplo, ela pode ter o direito de trabalhar meio período ou em tempo integral durante as férias. Caso seja um casal, quando um estuda o outro pode receber um visto de trabalho para trabalhar em tempo integral. Quando for visto de trabalho, quem paga o processo nesse caso é a empresa. Uma pessoa não pode solicitar um visto de trabalho, mas sim a empresa que contrata, que é responsável por aplicar o processo e legalmente quem paga pelo processo é a própria empresa.
Os requisitos vão depender da província e instituição que essa pessoa vai querer estudar no Canadá, mas basicamente precisa ter ensino médio e comprovar a autonomia financeira para os estudos. No visto de trabalho, a pessoa não precisa comprovar a autonomia financeira, não precisa comprovar se sabe falar algum idioma, porque é tudo feito pela empresa que está contratando. A pessoa só precisa atender a necessidade da empresa e a empresa provar que nenhum canadense ou residente permanente tem competência técnica para suprir a mão de obra qualificada para aquela vaga que está em aberto.
Isso depende muito. Pode não custar nada, se uma pessoa migrar com o visto de trabalho e esse visto de trabalho for feito pela empresa que terá que pagar por todo o processo legalmente. No visto de estudos, a pessoa precisa comprovar a autonomia financeira, já para a residência permanente existe a opção de comprovar a autonomia financeira e outra é declarar e declarar é assinar um documento dizendo que tem um valor para se manter no país.
É claro que o idioma ajuda, mas a pessoa vai poder aprender ou já no Brasil ou no Canadá, isso é uma escolha dela, se a pessoa tem condição de fazer isso. No caso do idioma, nem sempre é exigido comprovação.
O país sempre buscou jovens para compor seu quadro de colaboradores para fazer sua economia girar. No entanto, com a falta de profissionais gabaritados, os seniores estão tendo mais oportunidades e com salários interessantes. Uma novidade é a abertura de empregos para mulheres de 55 anos ou mais e homens de até 54 anos.
As províncias onde os ganhos são maiores estão entre Ontário, Quebec, New Brunswick, Prince Island e Vancouver. As principais oportunidades oferecidas estão ligadas à área de vendas, saúde, tecnologia da informação, marketing, alimentação, construção, logística, hospedagem e agricultura.
É um mito que é possível se virar no Canadá sem saber muito inglês ou francês. “Mesmo que desse, como você vai se dar bem profissionalmente se não fala a língua?”, comenta o Santos. Ter conhecimento da língua é, inclusive, um dos requisitos no processo imigratório.
É muito importante ter um bom conhecimento da língua e saber qual a língua oficial da província que está interessado em morar. No Canadá, existem 10 províncias e três territórios. Apenas Quebec e Novo Brunswick têm o francês como língua oficial.
“Você precisa saber diferenciar os locais. Se estudar francês e chegar em Toronto, terá problemas: ninguém fala francês”.
Assim, aprender inglês ou francês deve ser o primeiro item da lista de tarefas de quem deseja uma carreira internacional. E se a pessoa espera levar o parceiro e os filhos, todos devem começar a aprender para se adaptar ao novo estilo de vida.
O sócio da consultoria pede por cautela na hora de tomar a decisão apenas pela “qualidade de vida”: os salários no país oferecem uma melhor capacidade de consumo, mas existem fatores como o clima e custo de vida que também devem entrar na conta.
“Não funciona vir para cá para ‘dar um jeitinho’. Você precisa de um plano de longo prazo para maximizar sua renda, trabalhar com o que gosta e ser feliz. A realidade aqui é diferente do Brasil, 7 meses no ano é muito frio e a aposentadoria no país é de 1.400 dólares”, explica ele.
Todos os países possuem vantagens e desvantagens, o mesmo funciona para o Canadá. Apesar de ser um país relativamente fácil para o brasileiro se adaptar culturalmente e se sentir acolhido, o clima e a distância de amigos e familiares devem entrar nas contas antes de tomar qualquer decisão.
Cuidado: com a mudança de país, é bom se preparar para começar tudo de novo – e isso incluí sua carreira. A cultura dentro das empresas é diferente e as suas experiências de carreira não são conhecidas no Canadá.
“O canadense é extremamente rigoroso em tudo que faz. Eles se atentam muito a todos os detalhes e atrasos não são tolerados. E como você não tem referência de empresas canadenses, eles não vão saber avaliar a experiência no seu currículo, então falar que trabalhou na Coca-Cola no Brasil ou na Petrobras não diz muito”, fala Santos.
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