Head de departamento jurídico (Thinkstock/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 19h00.
Última atualização em 28 de novembro de 2017 às 19h00.
2017 já está perto do fim e os indicadores econômicos começam a melhorar — mesmo em meio à crise política, que continua. Já se vislumbra uma recuperação, ainda que gradual, calcada em fatores como a queda da inflação, o retorno de acesso ao crédito e o controle do desemprego.
“Ainda que não seja possível prever o resultado, a expectativa de retomada é uma unanimidade e as empresas começam a tirar alguns projetos da gaveta, o que deve trazer um impacto positivo ao cenário de contratações”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half no Brasil, de São Paulo.
Os primeiros sinais dessa tendência já foram sentidos neste ano. No último trimestre, o número de vagas trabalhadas pela empresa de recrutamento Robert Half, cresceu 17,7% em relação ao mesmo período de 2016 — um avanço expressivo.
Mesmo assim, quem busca uma oportunidade precisa ter paciência, já que cerca de 70% dos processos seletivos têm durado pelo menos dois meses. A escolha meticulosa é fruto da grande oferta de profissionais e, em alguns casos, reflete a falta de qualificação da mão de obra disponível. O domínio do inglês, por exemplo, continua sendo um dos grandes limitadores para contratações.
Enquanto há alguns anos vivíamos a expectativa de uma Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos em solo nacional para movimentar a economia, agora o país aguarda a defnição do quadro
político, com as eleições de 2018, e o impacto que as privatizações e as reformas da CLT e da Previdência terão sobre o mercado de trabalho.
“Setores como óleo e gás e indústria automotiva podem ajudar na retomada. Obras de infraestrutura e o agronegócio devem ser a base da recuperação”, afirma Fernando.
VOCÊ S/A lançará, a partir de hoje, uma série de matérias com os setores e as carreiras que estarão em alta no ano que vem. Confira a seguir a primeira, sobre a remuneração para advogados.
A atitude empreendedora é uma competência bastante procurada atualmente entre os advogados. “Cada vez mais as empresas buscam profissionais de direito envolvidos na questão comercial
e não só com domínio em legislação”, diz Maria Eduarda Silveira, gerente de negócios da Robert Half.
Por causa da crise econômica e política, as áreas de contencioso e de recuperação judicial
geraram bastante trabalho, mas, agora, assuntos empresariais (como direito societário, fusões e aquisições, e contratos) voltaram a ganhar espaço, especialmente em setores como agronegócio, saúde, serviços e bens de consumo. Advogados da área tributária estão sendo demandados tanto no contencioso quanto no consultivo, e o compliance jurídico segue em alta.
Compreender o negócio e entender como sua área gera valor para a companhia aparecem como diferenciais de contratação. “A estabilidade também é levada em conta. Muitas mudanças de emprego num período curto de tempo passam a impressão de desinteresse”, diz Maria Eduarda.