André Freire, presidente da Odgers Berndtson (Paulo Pampolim / Hype)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2013 às 18h58.
Nos últimos anos, observamos uma forte entrada no Brasil de consultorias de recrutamento. Em sua opinião, há espaço para todas elas?
André Freire - Isso aconteceu porque a barreira de entrada para esse tipo de serviço é muito pequena, o que contribui para o perfil empreendedor do brasileiro. Muitos acreditam que é fácil entrar nesse segmento e só percebem que não é bem assim depois que tudo vira uma briga de preço. Por isso, não acredito que haja espaço para todas, mas o próprio mercado dá conta de regular essa situação.
O curioso é que, ao mesmo tempo que há um excesso de consultorias, muitas empresas estão abrindo mão do trabalho externo de recrutamento. Isso forçou a mudança do papel do headhunter?
André Freire - Sim. Hoje, o headhunter não pode ser apenas um colocador de pessoas. Se for assim, ele vai competir com a rede social. É preciso entregar mais, entender a estratégia toda do negócio e seus desafios. A abordagem deve ser mais consultiva.
As redes sociais são uma ameaça para o negócio de hunting?
André Freire - Não acho. Esse sistema pode conviver com o tradicional, e é saudável. A demografia está diminuindo e a guerra por talentos aumentando e, nesse contexto, as redes sociais são um grande auxílio, e não uma ameaça.
O ano de 2013 tem sido bom para o negócio da Odgers?
André Freire - Começou a melhorar bastante em abril e maio. Este ano, assim como o ano passado, está bastante desafiador.
Quais setores estão mais aquecidos na busca de executivos?
André Freire - Em alta, temos os segmentos de educação, farmacêutico e ciências da vida.
E em baixa?
André Freire - Serviços financeiros, mineração, petróleo e gás.
A Odgers tem posições de RH em aberto?
André Freire - Sim. O problema é encontrar o perfil demandado. Algumas empresas estão solicitando pessoas que não tenham histórico em RH e com um conhecimento mais holístico de todo o processo.