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Ambicioso, por que não?

Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC, fala sobre os intercâmbios oferecidos pela empresa - e sobre como acorda todos os dias com planos de dominar o mundo

Luiz Eduardo Falco: "as pessoas acham que a presidência não é para elas, que depende de um dom sobrenatural. Esse é o principal mito" (Germano Luders)

Luiz Eduardo Falco: "as pessoas acham que a presidência não é para elas, que depende de um dom sobrenatural. Esse é o principal mito" (Germano Luders)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 18h16.

Em abril, a CVC começou a vender pacotes de viagens de estudos. Trata-se de uma nova frente para a operadora de turismo, que, em dezembro de 2014, já havia entrado no mercado de viagens de negócios com a compra de 51% da Duotour. No comando dessa estratégia de abertura de novas receitas está o paulistano Luiz Eduardo Falco, de 53 anos, presidente da CVC desde março de 2013. Depois de passagens por TAM e Oi, Falco mira os adultos de classe média, um público interessado em aperfeiçoamento profissional, mas que tem poucos recursos para estudar fora. A CVC não confirma, mas tem planos de faturar 1 bilhão de reais nesse negócio — o que significaria duplicar o faturamento do turismo de estudos no Brasil. Mas ambição é uma marca do estilo de Falco. “Ou você é caçador ou é caça”, diz. 

VOCÊ S/A - Ao oferecer opções mais acessíveis de intercâmbio, o senhor mira o desejo de profissionais brasileiros de se qualificar. O que temos de bom e em que precisamos melhorar? 

Somos muito bons de relacionamento. Nossa informalidade nos ajuda bastante. Somos flexíveis e criativos, o que é uma grande vantagem nos negócios. Mas os brasileiros precisam melhorar sua formação. É por isso que estamos fazendo essa aposta no turismo de estudos. No Brasil, o cara sai do curso de inglês e tem dúvida se fala inglês mesmo. A viagem o ajuda a completar um investimento que ele já fez e a ter mais confiança. Isso também vale para quem sai do emprego, que tem a chance de fazer um aperfeiçoamento no exterior. Muitas pessoas, hoje, nem consideram a possibilidade, por achar que esse tipo de investimento não é para elas. Imagine a diferença, na entrevista de emprego, entre dizer ao recrutador que você estava fora do Brasil se aperfeiçoando e dizer que você estava parado. 

VOCÊ S/A - O que um profissional precisa ter para entrar em seu time agora? 

Precisa ser bom de gente. Tem de falar a língua e entender os interesses do consumidor, e ser bom de gestão. Para falar com um mecânico, você precisa jogar dominó com ele. Vivemos um momento em que o orçamento das pessoas está mais apertado e a venda fica mais difícil. Por isso, os mais agressivos, os que têm mais energia, os que trabalham 5 minutos a mais são os que se destacam. 

VOCÊ S/A - O senhor já se descreveu como ambicioso. Continua assim? 

Continuo muito ambicioso. Sabe aquele desenho do Pink e do Cérebro? Eu sou o Cérebro — acordo todos os dias com planos de dominar o mundo. O mundo é uma selva. Ou você é caçador ou é caça. Quem acorda se sentindo caça será caça. 

VOCÊ S/A - É verdade que não gosta de fazer amigos no trabalho? 

Não tenho nada contra fazer amigos no trabalho, até porque as amizades surgem por empatia. O que acontece é que sou muito focado no trabalho e dificilmente fico de bate­-papo. Você não vai me encontrar conversando amenidades no cafezinho. Se passar por mim, vou perguntar como estão as vendas e em que avançamos hoje.

VOCÊ S/A - As pessoas idealizam a presidência. Quais são os principais mitos sobre chegar a esse posto? 

Algumas pessoas acham que a presidência não é para elas, que de­pende de algum dom sobrenatural. Isso é o principal mito. A presidência é para quem chega lá. E, se é para alguém chegar, que esse alguém seja você. Por isso, o primeiro passo para chegar ao topo é quebrar essa barreira interna. A maior competição é consigo mesmo.

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