(Fanatic Studio/Gary Waters/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 29 de julho de 2020 às 07h30.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 09h27.
Depois de tanto paradigmas sendo quebrados com a mudança das empresas para o trabalho remoto em meio à pandemia, esse é o momento ideal para uma negociação.
É o que apoia a pesquisadora e professora assistente na Harvard Business School Ashley Whillans.
“Esse é um momento decisivo para discutir o trabalho remoto. Se for possível começar uma conversa, essa é a oportunidade. Estamos mudando a forma que trabalhamos e algumas empresas devem reconsiderar suas políticas de flexibilidade. Você não saber quais são as possibilidades se não perguntar”, comenta ela.
Segundo a pesquisadora canadense, a melhor forma de abordar o assunto é colocando em pauta seus resultados no período de quarentena, como a melhora de produtividade e motivação. Se a empresa já não está buscando o feedback dos funcionários sobre o home office, a proatividade pode ser bem vista.
Para Ana Bavon, empreendedora e fundadora do Business for People, ainda estamos passando por um momento de reestruturação. E não são apenas as empresas que estão reavaliando suas prioridades, mas as pessoas também.
“É um ponto super importante para entender onde estamos e onde queremos ir. As pessoas têm avaliado tudo o que fizeram até agora e sentindo o impacto de suas escolhas, pessoais e profissionais. Assim, o momento é muito estratégico para discussões e novos acordos”, explica ela.
Antes de considerar sua proposta, Bavon lembra o princípio básico da negociação: “Nunca é um perde e ganha, precisa ser um ‘ganha-ganha’. Para começar a conversa, tire o ego da equação e entenda o que a outra parte pode ganhar a partir do que vai propor para ela. A negociação é um encontro no meio do caminho”, diz.
Ela recomenda começar fazendo um inventário pessoal para entender melhor a situação em que está e que acordos prévios podem ser revistos. Segundo ela, a primeira negociação é sempre consigo mesmo.
O exercício ajuda a avaliar as suas novas prioridades e qual o conjunto de elementos que traz para persuadir o outro.
O segundo passo antes de fazer uma proposta na empresa é com outro inventário: do universo da outra parte. “Para encontrar o meio do caminho, você precisa entender o que motiva e influencia a pessoa com quem vai falar. Você tem que entender o lado do outro para entender os pontos que precisará flexibilizar em sua oferta”, comenta ela.
Nesse momento prévio, a pessoa deve organizar seus argumentos, sejam eles relacionados a resultados conquistados ou a problemas a serem solucionados.