Funcionários: outro efeito do modelo é facilitar o aumento de diversidade dentro da empresa (Foto/Thinkstock)
Luísa Granato
Publicado em 24 de junho de 2019 às 15h00.
Última atualização em 24 de junho de 2019 às 15h00.
São Paulo - Se você tivesse que escolher entre duas vagas de emprego, uma delas com a jornada fixa e o outro com horário flexível, qual seria sua escolha?
Segundo pesquisa do International Workplace Group (IWG), 83% das pessoas escolheria ter maior liberdade para controlar seu horário de trabalho.
O estudo contou com mais de 15 mil entrevistados, entre funcionários e executivos, de 80 países. O IWG é dono das marcas Regus e Spaces no Brasil.
No mundo, 75% dos trabalhadores consideram que o modelo mais flexível é o normal. No Brasil, 72% têm essa visão. As percepções estão acima da aplicação real de políticas sobre a jornada de trabalho: 62% das empresas têm o benefício mundialmente e 67% no Brasil.
Os funcionários na Alemanha são os mais sortudos, com 80% das empresas se adaptando ao novo modelo.
Para Tiago Alves, presidente do IWG no Brasil, a cada ano o mercado se abre mais para a ideia do trabalho flexível, com as empresas percebendo uma redução de custos e o melhor desempenho dos funcionários.
No Brasil, 76% dos executivos responderam que usam a flexibilidade de horários para reduzir o deslocamento dos funcionários para o trabalho e mais de 80% deles falam que a mudança trouxe um aumento de produtividade.
Outro efeito do modelo é facilitar o aumento de diversidade dentro da empresa, pois facilita o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, o que beneficia especialmente mães retornando ao mercado.
“O estudo confirma não só que a flexibilidade no ambiente de trabalho traz mais produtividade para os funcionários, mas que essa passou a ser uma exigência quando eles buscam uma colocação no mercado”, fala Alves.
No estudo, não apenas o horário flexível foi destacado, mas a capacidade de escolher o local de trabalho. Para 54%, a possibilidade de escolher onde trabalhar é mais importante do que trabalhar em uma empresa de prestígio; enquanto 32% preferem a opção a um cargo mais importante.
E 70% avaliam como crucial a escolha de ambiente de trabalho quando vão procurar oportunidade de carreira.
Segundo o presidente da IWG, as empresas possuem diversas opções para flexibilizar sua forma de trabalho e precisam testar o que funciona melhor para cada uma.
“Ainda existem corporações que veem essas políticas com maus olhos e preferem seguir o modelo tradicional. Segundo o estudo, esse comportamento ainda é reflexo de insegurança em relação a viabilidade e a garantia de resultados das medidas flexíveis no ambiente de trabalho”, fala ele.