Jovem executivo pensando (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 17h47.
São Paulo - O diretor tinha acabado de chegar à empresa depois de uma reunião com um cliente. Tinha pressa em encaminhar as providências; afinal, o cliente em primeiro lugar. Quando, vindo do estacionamento, entrou no imenso hall do prédio, viu que um dos elevadores tinha acabado de chegar.
Só havia uma pessoa esperando. Um estagiário. Acelerou o passo e chegou a levantar o braço, mas não deu tempo. O rapaz entrou, apertou o andar e as portas se fecharam um instante antes de o diretor tocá-las com a mão. O que ele pensou naquele momento não pode ser publicado neste artigo.
Quis o destino que o jovem desatento fosse encarregado por seu chefe de levar uma autorização de custos para ser assinada pelo diretor, e este, claro, não perdeu a oportunidade. Depois de assinar o documento, disparou:
— Escuta aqui, rapaz. Por que você não segurou a porta do elevador para mim hoje de manhã?
— Hein?! — foi a resposta inteligente do estagiário.
— Você estava sozinho esperando o elevador e eu vinha quase correndo para pegá-lo, mas você simplesmente entrou e se mandou. Você não acha que foi falta de educação?
— Ah, desculpe. É que eu não vi o senhor, simplesmente não percebi. Senão eu teria segurado a porta. O senhor não acha que eu fiz de propósito, não é mesmo?
— Se eu achasse, você já estaria no olho da rua, meu jovem. Mas a questão não é essa. Não estou questionando sua educação, e sim sua falta de percepção.
Ao ver que o ar do jovem não era de pavor, mas de interesse, o diretor continuou:
— Você precisa saber que uma das qualidades mais apreciadas na empresa é a atenção aos detalhes, a capacidade de perceber o que acontece a seu redor, o interesse pelo coletivo, a preocupação com todos os sinais que os colegas, os clientes, as notícias dos jornais, os movimentos da economia emitem o tempo todo.
Você já ouviu falar que os melhores executivos são os que aproveitam bem as oportunidades e que reagem rapidamente aos problemas? É preciso estar atento. Dizer que não fez algo porque não percebeu sua necessidade é o mesmo que dizer que não quis fazer. Tem a mesma gravidade. Percebeu, agora?
— Percebi — disse o rapaz.
Moral da história: o valor da percepção é comparável ao do conhecimento na construção das novas competências. Preste atenção no que acontece a seu redor.