Profissionais entregam currículos: é importante que ele seja sucinto, fácil de ser lido e compreensível (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2013 às 13h03.
São Paulo - O currículo é a primeira oportunidade que um profissional tem de causar uma boa impressão. No espaço de uma folha de papel, ele deve resumir suas informações e sua trajetória de carreira. É importante que seja sucinto, fácil de ser lido e compreensível. Mas um currículo também precisa, naqueles instantes, que dura a leitura do recrutador, fazer com que o candidato se destaca dos demais.
Por isso, é comum encontrar gente investindo na criação de apresentações criativas, com um design mais arrojado para o histórico no papel ou até coisas mais ousadas, como sites, blogs ou vídeos no YouTube. "As empresas estão mais abertas para currículos criativos", diz Valéria Fernandes, consultora da Doers, empresa de gestão de capital humano, de São Paulo.
O administrador carioca João Ribeiro, de 36 anos, gerente de projetos do Grupo CPDV, companhia de marketing e vendas, do Rio de Janeiro, conquistou o cargo atual após criar um site com suas informações profissionais. Tem um texto de abertura, uma página com seu histórico de carreira, links para artigos que João escreveu e até um vídeo.
"Meu currículo tem que dizer quem eu sou e tem que incomodar para ganhar mais atenção do RH", diz João, que já escreveu currículos em folhas de papel coloridas e textos dissertativos. "A estratégia deu certo. "Não é apenas um histórico profissional de sucessos e insucessos. Ele se posicionou de maneira diferente", avalia Diego Maia, presidente do Grupo CPDV, que contratou João.
Um currículo diferente ajuda principalmente profissionais em início de carreira, que ainda têm pouca informação para preencher num currículo convencional. "Com criatividade, eles conseguem se apresentar melhor", diz Valéria, da Doers. O importante, porém, é adequar a informação a quem vai recebê-la.
"Quando a pessoa sai do padrão, ela corre o risco de não ser entendida, e a tentativa de chamar atenção pode não dar certo", afirma Roberto Picino, diretor da Page Personnel, unidade de recrutamento da michael Page. o especialista lembra que, por mais que o candidato entenda as dinâmicas da área de atuação da empresa, dificilmente ele sabe quem receberá o documento pela primeira vez.
E a maneira como o recrutador olhará para o documento depende dos critérios de seleção da companhia. "A triagem não é superficial, mas o recrutador não vai se debruçar uma hora em um currículo", afirma Picino.
Mesmo quem vai recorrer a um recurso criativo precisa deixar as informações mais importantes em primeiro plano, para assegurar que as habilidades sejam identificadas pelo recrutador.
"O grande pulo é ser criativo sem assustar", diz Irene Azevedo, diretora de negócios da LHH|DBM, empresa de recolocação de executivos, de São Paulo. Determinadas companhias são mais abertas que outras aos novos formatos, e o profissional deve ficar atento aos diferentes graus de abertura.
"Sempre tive um currículo fora do padrão porque na minha área é difícil se destacar e a criatividade é muito valorizada", conta Renata Thomaz, de 24 anos, designer da Pande Design Solutions, que desenvolve design de embalagens. Ela foi contratada apresentando um currículo em papel cheio de recursos gráficos, cores e variações de tipos de letra.
A maioria dos headhunters aponta a clareza e a objetividade como as características mais importantes além da honestidade das informações, obviamente.
Se existe a necessidade de se mostrar diferente dos demais, os especialistas recomendam pequenas mudanças no conteúdo, de maneira a não atrapalhar a leitura e a clareza das informações. Por isso, a melhor e primeira opção talvez é produzir uma peça convencional e, se houver oportunidade, oferecer uma segunda versão mais fora do padrão.
"O que vale é o básico, o resto é complemento", diz Roselene Scalabrin, headhunter da BS, empresa de recrutamento, de São Paulo. No mais, se a ideia for muito boa, vale apostar, sabendo do risco de o currículo ser descartado. "Provavelmente, eu perdi algumas oportunidades em empresas mais sérias", avalia João Ribeiro, do Grupo CPDV. "Mas acredito que essas vagas não eram para mim e não me interessariam", diz o gerente.
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