O resultado da pesquisa, realizada pela consultoria Randstad, revela um fenômeno chamado de "great enlightenment" - ou "a grande iluminação" (Svetikd/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de dezembro de 2021 às 19h37.
Última atualização em 13 de dezembro de 2021 às 15h02.
A personal trainer Brenda Oliveira, de 27 anos, pediu demissão de seu emprego fixo e ficou só com as aulas particulares; a bancária Carolina de Almeida Ferraz, de 43 anos, trocou de cargo e reduziu sua remuneração; e a gestora educacional Denise Lourenço, de 41 anos, deu um basta nas reuniões intermináveis e inseriu atividades de bem-estar no seu dia a dia.
Em comum, essas três mulheres decidiram criar uma rotina capaz de equilibrar vida pessoal e profissional, mesmo que significasse reduzir a renda ou diminuir a estabilidade.
Para as profissionais, os traumas da pandemia foram vitais para criar novas prioridades e compatibilizar a vida financeira com o bem-estar social. Apesar dos mais de 14 milhões de desempregados no País, elas não estão sozinhas nessa nova realidade para profissionais mais qualificados.
Pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos Randstad mostra que 81% dos brasileiros querem mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal - acima da média global, de 67%.
O resultado da pesquisa, que ouviu mais de 27 mil pessoas de 34 países, revela um fenômeno chamado pela consultoria de "great enlightenment" - ou "a grande iluminação". Trata-se do despertar do trabalhador que deve ser percebido pelo mercado daqui para frente.
"A pandemia trouxe uma nova noção de realidade, com hábitos digitais e um aprendizado constante", diz o presidente da Randstad, Fabio Battaglia.
Segundo ele, a visão de que é necessário mudar aspectos das carreiras ocorre mais nas posições administrativas, cujo pessoal foi em peso para o home office e teve de conviver com as atividades pessoais e profissionais dentro de casa. Nas áreas operacionais, isso não ocorre ainda.