Carreira

8 lições de carreira que você só aprenderá fracassando

Muitas figuras de destaque no mundo corporativo tropeçaram algumas vezes antes de chegar ao topo. Veja 8 lições que só o fracasso pode trazer


	Homem lamenta em computador: quando alguns veem portas se fechando, outros enxergam oportunidades
 (Thinkstock)

Homem lamenta em computador: quando alguns veem portas se fechando, outros enxergam oportunidades (Thinkstock)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 1 de outubro de 2015 às 15h00.

São Paulo - É impossível disputar o jogo do mundo corporativo se você não admite a possibilidade de fracassar ao longo da sua trajetória.

Não à toa, boa parte dos profissionais de maior destaque no mercado tropeçou algumas vezes antes de chegar ao topo.

O físico Albert Einstein, o empreendedor Walt Disney, o inventor Steve Jobs, a apresentadora Oprah Winfrey, o cineasta Steven Spielberg e a escritora J.K. Rolling são só alguns exemplos da extensa lista de famosos que foram demitidos, recusados por universidades ou impedidos de realizar diversos projetos de vida.

Seu diferencial: todos saíram da crise mais fortes.

“O aprendizado através do erro é extremamente importante”, afirma José Augusto Figueiredo, presidente da consultoria LHH|DBM. “Vejamos, no Brasil, o caso do empresário Jorge Paulo Lemann. Ele fracassou algumas vezes antes de engrenar”.

Para o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, o fracasso é transformador. “É matemático. Quanto mais dura for a queda, mais ela terá um impacto positivo no comportamento da pessoa”, defende.

De acordo com os especialistas, o mundo do trabalho não é dividido entre aqueles que erram e aqueles que não erram.

A diferença verdadeira existe entre os que sabem lidar com suas falhas e os que não sabem. Enquanto alguns veem portas se fechando, outros enxergam oportunidades.

Mas quais são as lições que só o fracasso pode ensinar? Veja algumas delas a seguir:

1. O fracasso é doloroso
Talvez nada seja mais didático para evitar novos erros do que experimentar o sabor da derrota. “Ninguém gosta de fracassar. É doído, frustrante, amargo”, afirma Ferraz.

O primeiro fracasso na carreira costuma acontecer ainda na juventude e funciona como um choque de realidade. “É o momento em que o jovem percebe que não é infalível. Embora o sentimento de vulnerabilidade seja ruim, a busca por acertar é uma energia muito positiva”, diz Figueiredo.

2. O fracasso é libertador
Ferraz acredita que precisamos errar para perceber que algumas de nossas expectativas são ilusórias. “Muitas vezes, a pessoa tem como meta ser promovida ou receber um aumento de salário, quando na verdade não há condição alguma para isso”, diz.

O tropeço é fundamental para que o profissional reavalie suas ambições ou até busque um novo trabalho. Segundo o consultor, o fracasso é a grande chance de avaliar se você está trilhando o caminho certo.

3. O erro capacita
Por mais doloroso e frustrante que possa ser uma derrota, o mal-estar passa e as soluções para ele ficam, avalia Figueiredo. “Mesmo que esse aprendizado não seja aplicado agora, ele será no futuro, em uma série de outras situações”, afirma.

Segundo Ferraz, a experiência acumulada com cada erro se torna um diferencial no mercado de trabalho. Ainda mais em tempos de crise, já ter lidado com dificuldades é uma bagagem positiva.

O ambiente de instabilidade trazido pelo erro também alimenta nossa capacidade de resolver problemas rapidamente e sob pressão. “Nesse momento, a pessoa é obrigada a ficar calma, se focar e encontrar uma solução”, diz o consultor.

4. Apostar é arriscar
Pensar fora da caixa significa trocar segurança por riscos. Em outras palavras, quer dizer que toda aposta em inovação ou mudança traz consigo um potencial de fracasso. “Algumas coisas só aprendemos por tentativa e erro. Faz parte do jogo”, defende Figueiredo.

Isso não quer dizer que o erro seja inevitável. Pelo contrário: significa que ele pode acontecer e que, portanto, é preciso estar preparado para diagnosticá-lo.

5. É possível aprender com o erro do outro
Quando uma pessoa tropeça em algum momento da carreira, ela deixa de prestar atenção apenas nos próprios erros, e passa a observar também o que as falhas dos outros têm a ensinar.

“Há muitas lições no fracasso dos outros, e é um jeito menos sofrido de aprender do que sentir na própria pele”, acrescenta Figueiredo.

6. Fecha-se uma porta, abrem-se várias outras
O profissional que fracassa também aprende que é possível transformar erros em oportunidades. Uma discussão pode abrir espaço para um diálogo, assim como um experimento científico frustrado pode trazer novas descobertas.

Ferraz diz que até mesmo uma demissão pode abrir novas portas. Jack Ma, fundador do Alibaba, e a apresentadora Oprah Winfrey são casos de pessoas que chegaram a mudar de profissão após serem dispensados por seus empregadores.

7. O mundo não é dos teimosos, mas dos humildes
Deixar a teimosia de lado e assumir a responsabilidade por um fracasso é a melhor maneira de lidar com a reprovação de sua equipe e mostrar autenticidade. “Não adianta apontar o dedo para o colega", diz Ferraz. O primeiro antídoto para um erro é pedir desculpas, sobretudo porque essa humildade ajuda a aproximar as pessoas.

Figueiredo acrescenta que, além de mostrar fraqueza, ser teimoso leva à repetição do erro. “É preciso ter a humildade de ouvir a percepção de quem está à nossa volta, pois, se errar é natural, insistir é inaceitável”.

8. Todos nós temos pontos limitantes
De acordo com Ferraz, o fracasso é o momento ideal para a reflexão sobre nossos pontos fortes, fracos e limitantes.

"O ponto forte é aquilo que eu faço bem e sem esforço e, portanto, ao qual devo me dedicar mais. O fraco é aquela área para a qual tenho pouca aptidão e, por isso, deveria deixar de lado. E o ponto limitante é o ponto fraco que realmente está prejudicando minha carreira”, explica o consultor.

Em outras palavras, o fracasso significa que o profissional abandonou seus pontos fortes para se aventurar em uma área na qual não tem talento - ou então, que se deparou com pontos limitantes que precisam ser trabalhados.

Mas é preciso ter cuidado."Se eu identifico vários pontos limitantes diante de um fracasso, significa que posso estar na área errada”, explica Ferraz.

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