Carreira

72% dos profissionais estão insatisfeitos: saiba como o Marketing H2H pode mudar essa realidade

A convite da Exame, coautores do livro Marketing H2H compartilharam com líderes de RH como o novo conceito pode ser aplicado para promover engajamento, produtividade, retenção de talentos e individualizar a gestão de pessoas.

Waldemar Pfoertsch e Marcos Bedendo, coautores do livro Marketing H2H, respondem perguntas de CHROs em evento realizado pela Exame no Copacabana Palace

Waldemar Pfoertsch e Marcos Bedendo, coautores do livro Marketing H2H, respondem perguntas de CHROs em evento realizado pela Exame no Copacabana Palace

Gabriela Cardoso
Gabriela Cardoso

Repórter na Exame Corporate Education

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 15h29.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 16h05.

O mercado brasileiro registrou recorde de pedidos de demissão no último ano. Mais de 7 milhões de profissionais deixaram os empregos, 42% sem aumento salarial, motivados por falta de reconhecimento, dilemas éticos, insatisfação com o método de trabalho ou relacionamento ruim com o superior, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego. 

Ainda com essa alta movimentação, 72% dos profissionais brasileiros se declararam insatisfeitos com o trabalho (Isma, 2024) e 69% não se sentem engajados (Gallup, 2024).

“O RH precisa ir na direção do marketing H2H para alcançar uma nova forma de individualizar a gestão, atender às atuais necessidades dos profissionais e construir relacionamentos de longo prazo”, disse o alemão Waldemar Pfoertsch, coautor de Philip Kotler no livro Marketing H2H, aplicado em grandes empresas como Nubank, Amazon, Spotify e Apple. 

As estratégias de engajamento, fidelização e humanização do marketing H2H podem trazer muitas melhorias para a experiência do colaborador, esse foi o tema do evento realizado pela Exame Corporate Education para contribuir com esse momento desafiador que vive o RH. 

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Para oferecer um ambiente acolhedor para trocas de experiências e desafios, o evento contou com a decoração da Décoratif  e assessoria da TCD Eventos, em um salão do tradicional Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

Evento realizado pela Exame, no Hotel Copacabana Palace, em parceria com a Décoratif e a TCD Eventos

O que é Marketing H2H?

O marketing H2H (Human to Human) é uma estratégia focada em estabelecer uma relação genuína e humanizada entre marcas e pessoas, integrando os princípios da confiança, da conexão pessoal, do engajamento emocional e da interação autêntica, enquanto utiliza a tecnologia para oferecer personalização e inovação.

Defendida pelo “pai do marketing moderno", Philip Kotler e pelo professor Waldemar Pfoertsch, no livro Marketing H2H, essa abordagem oferece um caminho para empresas se manterem competitivas a longo prazo, promovendo humanização, fidelização e experiências inovadoras.

Como o Marketing H2H pode melhorar a gestão de pessoas?

“Os produtos de mais valor são os que atendem melhor às necessidades do consumidor e as melhores estratégias são as que geram conexão emocional, assim o RH deve olhar para os colaboradores", disse  Waldemar. 

No setor de Recursos Humanos, essa estratégia representa uma nova forma de liderar e engajar colaboradores, conectada às necessidades individuais e com uma cultura mais humana, focada no bem-estar e no desenvolvimento dos colaboradores

“Mais do que oferecer empregos devemos impactar as pessoas com os propósitos da empresa para criar um vínculo emocional de longo prazo, disse Marcos Bedendo coautor da edição brasileira do livro Marketing H2H.

“Utilize dados e IA para personalizar e tornar cada interação única. Compartilharem experiências e incentivem feedbacks, pois isso traz autenticidade. Contem histórias da marca para criar conexão emocional. Treine equipes para serem empáticas e emocionalmente inteligentes", complementou Waldemar Pfoertsch.

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A experiência do colaborador como diferencial 

A base do marketing H2H enfatiza a importância das experiências criadas para o consumidor durante o uso de um produto ou serviço e segundo Waldemar Pfoertsch, uma empresa não alcança a excelência na experiência do cliente sem antes fazer o mesmo com a do colaborador. 

“Baseado na lógica dominante do serviço, é a experiência do cliente que cria valor e gera permanência diante da concorrência e a experiência do colaborador reflete diretamente nesse resultado, gerando um ciclo positivo de confiança e fidelização”, afirmou Pfoertsch.

Giovanna Campos, diretora de RH do Copacabana Palace, deu um exemplo prático dessa relação durante a sua palestra no evento.

Giovanna Campos, diretora de RH do Copacabana Palace

"Nossos serviços e acomodações estão disponíveis a todos os funcionários, independente do nível hierárquico. Essa iniciativa não só melhora a jornada do colaborador, como também alinha a experiência interna à realidade do consumidor",  afirmou Giovanna.

Primeiro as pessoas, depois o lucro 

“A desumanização no mundo corporativo é tão real que vemos empresas se aproveitando de vulnerabilidades humanas e econômicas para lucrar e pouca gente se preocupando com o longo prazo”, disse Marcos Bedendo.

Segundo Waldemar Pfoertsch, o mindset da gestão H2H coloca o ser humano como foco para levar a melhores soluções, inovações e, consequentemente, ao lucro.

Esse foi outro conceito que a diretora de RH do Copacabana Palace reforçou com um exemplo prático: o foco no colaborador fez o hotel abrir mão de um amplo quarto de hóspedes para transformá-lo em uma sala de amamentação.

“O apoio a mulheres que retornam da licença maternidade é um valor da companhia, inclusive já promovemos profissionais nesse momento da carreira. Acredito que a coerência entre liderança e cultura é o que faz a empresa atrair e reter talentos, isso requer  coerência cultural e alinhamento de princípios ”, complementou Giovanna. 

A cultura merece atenção  

Bruno Leonardo, VP da Exame Corporate Education, convidou líderes de RH a olharem o Marketing H2H como uma oportunidade de reforçar aspectos cruciais da cultura empresarial, com estratégias de humanização de resultados comprovados, e eliminar hábitos enraizados que não condizem mais com os objetivos de longo prazo da companhia. 

"Uma cultura sólida, que realmente impacte as decisões de toda a empresa, depende diretamente de como o CHRO reforça esses aspectos no dia a dia, seja através de processos de integração, rituais internos, treinamento de líderes ou campanhas de engajamento contínuas", afirmou Bruno.

Bruno Leonardo, Vice Presidente da Exame Corporate Education (Exame/Divulgação)

O desafio da cultura de aprendizagem

O vice presidente de Educação Corporativa destacou que a gestão H2H propõe uma cultura organizacional que humaniza, valoriza e desenvolve os colaboradores, mas que o maior desafio para o desenvolvimento contínuo dos funcionários é justamente a cultura.

"Depois de colaborar com a cultura de aprendizagem de grandes empresas percebi que a premissa de que ‘a cultura devora a estratégia no café da manhã’ é real. O aprendiz não prioriza e culpa o RH, alegando que não cuida da cultura, enquanto o RH culpa os líderes por não darem o exemplo, quando na verdade esse deve ser um processo colaborativo ”, afirmou Bruno.

Bruno também alertou que um erro cometido pela maioria dos líderes é achar que a construção de uma cultura de aprendizagem se inicia com treinamentos obrigatórios, quando na verdade ela deve ser um extrato da cultura organizacional. 

"Antes de contratar um treinamento, uma plataforma de cursos ou até construir uma Universidade Corporativa, é preciso garantir que os profissionais trabalhem em um ambiente seguro para admitir falta de conhecimento e buscá-lo, testar soluções que podem não dar certo e mostrar resultados insatisfatórios com foco na solução", disse Bruno Leonardo.

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A confiança é o fio condutor da "gestão H2H"

"A principal tendência que se consolida na gestão guiada pelo Marketing H2H é a transparência nas relações entre empresas e pessoas, que, se bem empregada, gera relações e confiança e de longo prazo", disse Marcos Bedendo

"Confiança e personalização são os maiores diferenciais dessa gestão. Essa confiança deve ser construída por conexão, transparência, constância e um processo de fazer o que é necessário para não haver nenhuma decepção. É importante que o colaborador entenda o que a empresa representa e o que espera dele", concluiu Waldemar Pfoertsch.

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Encontro de líderes de RH no Copacabana Palace, promovido pela Exame Corporate Education

Este conteúdo é oferecido pela Exame Corporate Education, a frente de educação corporativa da Exame.

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