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7 erros comuns durante entrevistas de emprego online e em inglês

Professora de inglês e fundadora da Companhia de Idiomas prepara dicas para a entrevista de emprego virtual

Entrevista de emprego online (GelatoPlus/Getty Images)

Entrevista de emprego online (GelatoPlus/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 13 de maio de 2020 às 12h00.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 12h00.

Nos últimos anos, as entrevistas de emprego on-line tornaram-se bem mais comuns e, durante e após a pandemia do coronavírus, isso deverá ser a regra. Essas entrevistas podem se dar em dois formatos:

- Ao vivo, com ou sem imagem, isto é, acontece em horário agendado com entrevistador e é estabelecida uma conversa que poderá ser por celular ou qualquer plataforma de vídeo conferência.

- Assíncrona, caracterizada por não pressupõe interação entre o candidato e o avaliador. O candidato recebe perguntas por escrito ou acessa uma plataforma na qual ouve determinadas perguntas. Em ambos os casos, ele tem de respondê-las, a diferença é que na plataforma, ele terá um prazo para responder a cada pergunta.

Por isso, vale a pena checar o formato que será usado, caso não seja informado:

  •  É uma entrevista em áudio ou áudio e vídeo?
  • Será uma entrevista ao vivo ou as perguntas são pré-gravadas?
  • Se forem pré-gravadas, quantas possibilidades tenho de gravar minha resposta final?
  • Ainda no caso de gravação, o que faço ou para quem ligo se começar a ter dificuldades técnicas?

Erros mais comuns das entrevistas

1) O candidato acreditar que, falando pouco, estará correndo menos riscos de errar. Sem conteúdo, o avaliador terá dificuldades de identificar o nível de fluência, ou pior, poderá achar que o candidato não tem conhecimento de inglês e o classificará em um nível mais básico.

2) Ter alguns vícios de linguagem, tais como: you know, kind of, then, so, right. Uma sugestão interessante é o candidato gravar algumas falas espontâneas, depois ouvir com o objetivo de perceber se tem algum desses vícios e também se comete erros de gramática ou pronúncia.

3) Uso dos tempos verbais. Vários candidatos que, mesmo tendo estudado por alguns anos, se comunicam, basicamente, usando o tempo presente dos verbos. Não fazem distinção se estão relatando fatos passados ou ações futuras, todas as frases ficam no presente.

Isso pode causar ruídos na comunicação. A sugestão é estudar os tempos verbais e suas aplicações e tentar usá-los corretamente em seu discurso. Veja este artigo em que explico os tempos verbais e faça esse quiz. Em um processo seletivo, você falará do seu passado, presente e futuro.

4) Começar a entrevista já impondo o que quer falar, dá a nítida impressão de que decorou ou se preparou para falar sobre aquele assunto, quase sempre sobre sua experiência. Deixar o avaliador conduzir as perguntas. Quando percebemos que o discurso está decorado, mudamos totalmente o tipo de assunto para testar seu conhecimento real do idioma.

5) Ler possíveis respostas. É preciso soar natural, desenvolto e que está presente na conversa. É possível perceber mesmo sem imagem porque uma conversa é um processo criativo, uma jornada que leva as pessoas para o mundo dos pensamentos e ideias. Cuidado com os clichês e respostas prontas.

6) Há vários candidatos que têm boa desenvoltura e velocidade de discurso, até bom vocabulário, mas cometem erros excessivos de pronúncia e/ ou de gramática. Configurando, assim, um desnível nas habilidades. A comunicação oral é composta por alguns critérios que definirão seu nível final, a saber:

  • Vocabulário (capacidade de falar sobre diversos assuntos. Nível de automação do vocabulário. Utilização de expressões idiomáticas, termos de negócios, phrasal verbs etc)
  • Pronúncia (Nível de interferência da língua materna ao falar inglês)
  • Gramática (quais estruturas o avaliado é capaz de utilizar e de forma adequada, nível de automação das estruturas)
  • Limitações (no geral, o que falta para que o avaliado seja fluente?)
  • Fluência (desenvoltura, naturalidade e velocidade de discurso) Se você estiver nervoso, lembre-se de diminuir a velocidade e não fale rápido demais apenas para impressionar.
  • Compreensão oral (capacidade de entender o que lhe é dito, perguntado e respondido)
  • Autocorreção (capacidade de perceber erros cometidos durante seu discurso e corrigir-se)
  • Velocidade de discurso X qualidade de comunicação (equilíbrio entre a boa velocidade, automação X qualidade do vocabulário e estruturas utilizados, além da boa pronúncia)

Além disso, vale ressaltar que o nível não é algo matemático e o candidato pode ter notas diferentes para essas habilidades.

7) Essas avaliações de idioma estrangeiro costumam ser terceirizadas. O avaliador não sabe detalhes do processo e, muito menos, se o candidato tem chances de passar para a próxima etapa. Portanto, ele não deve perguntar como foi no teste, se tem chances. Isso demonstra muita ansiedade e insegurança e a decisão final é da empresa ou da consultoria de RH. Ela tem o resultado das outras etapas do processo.

Algumas dicas

- Use palavras positivas, evite palavras que demonstrem dúvida ou incerteza, insegurança. Em vez de "IF", "I THINK", "I FEEL" e "I WISH" usar "WHEN", "I AM" e "I WOULD".

- Use vocabulário do seu repertório, não queira usar palavras difíceis se não tiver certeza dos significados. É fato que se você tiver um vocabulário diferenciado demonstrará que seu background no idioma é sólido.

- Tome consciência e cuide sua linguagem não-verbal: se houver imagem, o contato visual é importante. Em vez de olhar para a pessoa ou para a sua imagem na tela, olhe diretamente para a webcam e mantenha-se envolvido. Mantenha uma atitude positiva, consciência da sua voz, postura, nível de energia e entusiasmo. Faça pequenos e poucos gestos com as mãos para enfatizar pontos importantes.

- Pratique, treine possíveis respostas para perguntas mais comuns em entrevistas de emprego. Faça vários simulados, grave suas respostas em áudio e vídeo, confira depois como você foi, se consegue perceber eventuais erros que cometeu. Isso dá mais confiança porque pode pensar e estruturar melhor as ideias e ver os gaps.

Se tiver dificuldade de fazê-lo sozinho, pode contratar uma escola de cursos customizados para ajudá-lo a identificar esses erros e eliminá-los. O ideal é tentar reduzir ao máximo os erros e a repetição de palavras, elas soam como muleta e que você não tem muita consciência do seu discurso ou ainda que tem vocabulário limitado.

- Leia, em inglês, livros de negócios e sites especializados em notícias do mundo corporativo, ouça podcasts. O avaliador poderá fazer perguntas sobre fatos recentes do Brasil e do mundo a fim de checar vocabulário geral, sobre a área de atuação e a empresa que está conduzindo o processo seletivo. Por isso, o candidato precisa estar sempre bem informado e familiarizado com o vocabulário envolvendo esses temas.

- Pense em possíveis perguntas que queira fazer. É comum os entrevistadores pedirem para os candidatos fazerem perguntas, até porque a estrutura de frases interrogativas no inglês é bem diferente da estrutura do português.

Por fim, a Companhia de Idiomas tem um preparatório para entrevistas de emprego em inglês começando no dia 23/05, das 11h às 12h. Total de três encontros online ao vivo com o professor, com muito conteúdo no ambiente virtual. Faremos o sorteio de uma cortesia para os leitores da Exame que entrarem em contato conosco pelo email atendimento@companhiadeidiomas.com.br ou WhatsApp (11) 98204-4234.

Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em Letras e Tradução pela Unibero. Curso de Business English em Boston pela ELC e extensões na área de Marketing na ESPM, FGV e Insper. Coautora do Guia de Implantação de Programas de Idiomas em empresas e autora do livro de poemas Fora da Linha. Colunista do portal Vagas Profissões. Mobilizadora cultural à frente do Sarau Conversar na Livraria Martins Fontes. Quer falar comigo? https://www.linkedin.com/in/ligiavelozocrispino/
Meu e-mail é ligia@companhiadeidiomas.com.br e Skype ligiavelozo.

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