Carreira

7 características que diferenciam um funcionário excelente de um profissional mediano

Em um mercado que valoriza produtividade com equipes cada vez mais enxutas, atitudes e visão pesam mais do que um bom currículo

Iniciativa, inteligência emocional e aprendizado contínuo estão entre as habilidades mais valorizadas no mercado de trabalho (Boris Zhitkov/Getty Images)

Iniciativa, inteligência emocional e aprendizado contínuo estão entre as habilidades mais valorizadas no mercado de trabalho (Boris Zhitkov/Getty Images)

Publicado em 19 de abril de 2025 às 12h23.

Última atualização em 19 de abril de 2025 às 12h36.

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Proatividade, visão estratégica e engajamento estão entre os fatores que mais destacam profissionais de alta performance — e podem fazer toda a diferença na carreira

Se você perguntar a qualquer gestor qual é o maior diferencial de um profissional dentro da equipe, a resposta dificilmente será apenas "técnica" ou "experiência". Em um cenário onde empresas buscam cada vez mais performance com times enxutos, o que separa um funcionário mediano de um excelente vai além do currículo. Envolve atitude, visão de negócio e mentalidade de dono.

Equipes altamente engajadas são 23% mais rentáveis, 18% mais produtivas e têm 78% menos casos de absenteísmo, segundo um levantamento da consultoria Gallup. Já um estudo da Harvard Business Review destaca que os melhores talentos não são apenas eficientes — eles compartilham valores com a empresa, têm autonomia e contribuem com decisões estratégicas.

Mas o que, na prática, define esse desempenho acima da média?

A coach e especialista em gestão de pessoas Fabiane Borges lista as sete principais características que diferenciam um profissional excelente de um mediano. Veja abaixo:

Quer ouvir conselhos de carreira dos principais líderes do mercado? Veja as entrevistas com presidentes de grandes empresas no “De Frente com CEO”, o novo podcast da EXAME.

Os 7 diferenciais do profissional excelente

Proatividade e iniciativa

Profissionais excelentes não esperam ordens — eles antecipam problemas, buscam soluções e propõem melhorias. Já os medianos se limitam a executar o que lhes foi pedido.

“Profissionais de alta performance são proativos porque já se veem lá na frente, em posições maiores. Entendem que o que fazem hoje trará retorno no futuro. Eu mesma fui de operadora de telemarketing a gestora de RH em quatro anos, sempre me antecipando com soluções que ninguém me pedia. Já tinha clareza do cargo que queria alcançar desde o início da minha carreira”, afirma Borges.

Ela lembra que Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo, costuma dizer que investe em pessoas com energia — tamanha é a importância que ele dá à iniciativa e à proatividade.

Mentalidade de dono

Eles agem como se fossem responsáveis pelo negócio, cuidando dos recursos, da reputação da empresa e do impacto de suas ações.

“Costumo dizer aos meus mentorados: seja o CEO do seu metro quadrado. Independentemente do cargo, assumir a mentalidade de dono abre portas. Eu analisava decisões dos meus líderes para entender as preocupações deles — e, a partir disso, criava soluções. O dono faz isso: vê oportunidades onde outros veem crise,” diz Borges.

Capacidade de aprendizado contínuo

Os melhores profissionais estão em constante evolução, buscam novos cursos, aprendem com rapidez e se adaptam com facilidade. Sabem transformar feedbacks em crescimento.

“Essa competência diferencia profissionais de amadores. Preparo é tudo. Sempre digo: mais vale a dor do crescimento do que a da estagnação — e, quando a sorte chegar, que ela me encontre preparada,” afirma a coach.

Borges também costuma usar essas perguntas em entrevistas para identificar esse perfil:

  • Qual foi o último livro que leu e como aplicou o aprendizado?
  • Quais podcasts têm ouvido e de que forma ajudam no seu desenvolvimento?
  • Quando foi o último curso que fez e qual o impacto?
  • Que feedback recebeu que te fez buscar mais conhecimento?
  • Como compartilha conhecimento com colegas?

“A diferença entre quem estuda e quem não se aperfeiçoa é visível na performance”, afirma.

Foco em resultados (e não só em tarefas)

Profissionais excelentes entendem o porquê de cada entrega, medem impactos e se conectam com os objetivos maiores da empresa. Não apenas “fazem”, mas se importam com o que acontece depois.

“Eles não estão preocupados em mostrar agendas cheias, mas em alcançar resultados concretos. O que importa no fim do dia é o impacto. A geração Z, por exemplo, valoriza métricas claras, propósito e autonomia, não tarefas soltas ou cumprimento de horário”, afirma.

Inteligência emocional e colaboração

Eles sabem ouvir, lidar com frustrações e manter um ambiente saudável. Constroem pontes e contribuem com equilíbrio.

“Essas competências são essenciais, ainda mais com as mudanças da NR-1 sobre saúde mental. Ambientes tóxicos e assédio muitas vezes existem porque profissionais medianos ocupam cargos onde deveriam ser exemplos de equilíbrio emocional. Já os de alta performance controlam seus impulsos e pensam no bem-estar coletivo,” diz Borges.

Autonomia e confiabilidade

Realizam tarefas com qualidade, sem depender de microgestão. São vistos como pessoas que "resolvem".

Confiança, segundo Borges, é o maior desafio em equipes. Ela lembra que no livro Os 5 Desafios das Equipes, Patrick Lencioni mostra que, sem ela, os profissionais evitam vulnerabilidades e não se envolvem em conflitos produtivos.

“Quando há confiança, as pessoas compartilham ideias, admitem erros e buscam soluções juntos. O profissional excelente cumpre o que promete, sem desculpas,” afirma.

Visão estratégica e pensamento sistêmico

Enxergam além da própria função. Entendem como seu trabalho impacta a empresa, o cliente e os resultados de longo prazo.

“Costumo dizer: é preciso sair do problema para enxergar de cima, com visão de helicóptero. O profissional de alta performance entende processos, vê conexões e resolve a causa raiz dos problemas. Isso é raro — e valioso,” diz Borges.

Para a coach, empresas que estimulam visão estratégica e pensamento sistêmico reportam 60% mais eficiência operacional e 40% mais inovação, de acordo com um estudo da Harvard Business Review.

“Quem domina essas competências se destaca por seu impacto real e visão de futuro,” afirma.

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