Netflix (Mike Blake/Reuters)
Camila Pati
Publicado em 26 de novembro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 26 de novembro de 2017 às 06h00.
São Paulo –Aprende-se a ser líder fazendo cursos ou esse é um talento natural? Para Irene Azevedoh, diretora de transição de carreira da LHH, a liderança é nata, mas ela pode também ser desenvolvida.
A especialista explica que principais competências que um líder deve ter são, sim, apresentadas aos alunos de MBAs. São elas: empatia, agir da forma como fala e conseguir inspirar as pessoas. No entanto o desenvolvimento dessas características depende do esforço individual.
Mas não é só da sala de aula que partem bons insights sobre o tema. Eduardo Mendes, sócio do Grupo Master Mind Brasil, especializado em treinamento de liderança e alto desempenho e comunicação, indicou cinco séries disponíveis na Netflix cujos protagonistas líderes ensinam pelo exemplo ou pela falta dele.
Prepare a pipoca e fique a atento a questões como poder de influência, oratória desenvolvida e meios para busca de resultados da equipe:
Para Eduardo Mendes, House é um exemplo do que não fazer em cargo de liderança.
Tecnicamente brilhante, o médico Gregory House peca pela sua inflexibilidade, mau humor, arrogância e falta de traquejo social.
Uma das regras mais importantes para um bom líder é ter inteligência emocional, de acordo com Mendes. Trata-se da a capacidade para desenvolver e reconhecer as próprias emoções e as dos outros.
Quanto mais hábil no relacionamento interpessoal mais motivação e comprometimento da equipe ele vai conseguir obter, segundo ele.
A chefe da área de cirurgia, Miranda Bailey, tem uma habilidade essencial para todo líder: sabe delegar funções para sua equipe quando percebe que alguém dao time pode desempenhar a atividade melhor do que ela.
A vantagem dessa característica é que ela permite a descentralização e dá maior autonomia aos subordinados para que eles obtenham êxito em suas atividades, segundo o especialista.
O tópico chave aqui é poder da influência, o principal artifício utilizado pelos agentes do FBI Bill Tench e Holden Ford para interrogar assassinos. A série é baseada no livro de John E. Douglas (1996) e mostra como eles conseguem traçar um perfil de motivação de assassinos em série e psicopatas.
Saber influenciar pessoas é uma característica importante, pressupõe o entendimento do que se passa na cabeça do outro e isso melhora a comunicação.
Ajuda a passar uma ideia dentro da equipe ou para construir networking, segundo o sócio do Grupo Master Mind Brasil.
É claro que as atividades ilícitas desenvolvidas por não são exemplo para ninguém, mas particularidades da história à parte, o que é interessante é a solução de problemas em cenários desafiadores.
Bons líderes enxergam oportunidades de crescimento e maturidade frente a problemas e desafios, que constantemente surgem. Saber resolver problemas é um diferencial de liderança e pode exigir uma dose extra de inteligência emocional para lidar com situações de pressão, na visão do especialista.
A advogada e professor Annalise Keating é uma líder rígida que sabe extrair o melhor de sua equipe. Eduardo Mendes lembra que há uma diferença entre gestão e liderança. Enquanto orçamento, metas e recursos são próprios da gestão, o foco do líder são as pessoas. Sua missão é organizar a equipe de forma a facilitar o alcance de resultados satisfatórios.
A série tem como protagonista Viola Davis, que interpreta a advogada e professora Annalise Keating. O perfil da personagem é a rigidez com que lidera sua equipe, mas, ao mesmo tempo, tem a capacidade de extrair o melhor de cada um. “Existe uma diferença entre gestão e liderança. O primeiro está relacionado com orçamento, metas, recursos. O líder lida com pessoas. Ele tem a função de unir o que há de melhor nelas para que elas possam alcançar os objetivos comuns. Liderança é deixar a equipe motivada e estimulada para ter desempenhos satisfatórios”.