Tiger Woods observa campo de golfe antes de fazer a jogada: intencionalidade é chave para boas decisões (Getty Images)
Talita Abrantes
Publicado em 12 de abril de 2013 às 13h12.
São Paulo – Todos os dias, profissionais dos mais diversos setores tomam decisões de carreira que podem afetar a trajetória profissional deles no curto, longo ou médio prazo. Tais escolhas são materializadas desde em atos triviais como definir qual é a tarefa prioritária do dia até dar o primeiro passo na trilha de uma mudança de carreira.
O fato é que, independente do alcance, quanto mais estratégica a decisão, melhor. E, neste sentido, as empresas mais bem sucedidas (e as ferramentas que elas usam) podem ser um bom exemplo para a sua vida profissional.
EXAME.com pediu para Ivan Corrêa, diretor- executivo do Ibope Educação, elencar os pontos comuns das diferentes teorias de decisão estratégia que podem ser aplicados a qualquer situação de carreira.
1 Defina o objetivo
“Sem um objetivo não dá para fazer estratégia”, afirma o diretor-executivo do Ibope Educação. E não dá para você fazer isso se não conhecer bem assim mesmo.
Um dos métodos mais usados pelas empresas para fazer esta espécie de “autoconhecimento corporativo” é a matriz SWOT. Dividida em quatro eixos, a ferramenta tem a proposta de elencar quais são as suas fraquezas e pontos fortes (no âmbito interno) bem como as ameaças e oportunidades externas.
É com este mapeamento claro de si mesmo e do mundo a sua volta que você deve definir seus objetivos de vida e carreira. E com um pé no futuro, definir a sua linha de chegada: “Não adianta concluir que hoje há uma oportunidade para engenharia civil. Em cinco anos, a dinâmica do mercado pode mudar”, afirma o especialista.
2 Seja cheio de intenções
“Quando você joga sinuca, tem uma estratégia. Mata a bola 7, por exemplo, para atingir a caçapa no meio”, afirma o especialista. “Quando não há intencionalidade, o que pode acontecer é o acaso. Depois de feito, tudo vira estratégia”. Em outras palavras, você precisa de um plano de ação para alcançar seu objetivo: “O que e como você vai fazer”, descreve Corrêa.
3 Olhe para o impacto de longo prazo
As demandas diárias podem tentar você a ficar preso apenas no aqui e agora. Mas, atenção: é essencial fazer movimentações e tomadas de decisão com olhos fixos no futuro – para além de cinco anos, de acordo com o especialista.
“Por exemplo, em alguns casos, um curso de atualização é importante, mas não é estratégico”, diz. “Uma pós-graduação teria mais impacto de longo prazo”.
4 Faça uma complexa mobilização de recursos
Para tirar todas as decisões do papel, as empresas precisam definir quais recursos financeiros ou humanos serão mobilizados para a estratégia em questão. O mesmo vale para pessoas físicas. Defina com clareza quanto de dinheiro e tempo, por exemplo, pretende investir em cada plano seu.
5 Quando preciso, aprenda a desmobilizar
Em nome de dar passos maiores no futuro, às vezes, é preciso voltar atrás. E é neste ponto que é essencial ter maturidade para abrir mão de alguns planos e projetos. Aqui, uma dica é ter em mente o conceito de “custo enterrado” do mercado financeiro: “Você avalia o quanto já investiu em determinado ativo e quanto vale a pena abrir mão deste investimento”, explica Corrêa.
A base de tudo
No cerne de todos estes passos, Corrêa explica, deve estar a combinação equilibrada da intuição do profissional e a análise dos fatos. “Ambos devem ser amparados pelo aprendizado criado a partir da experiência”, afirma o especialista. Ou para citar Henry Mintzberg, idealizador desta teoria: “Siga seu coração, mas leve seu cérebro com você”.
Agora, entenda porque os planos custam tanto a sair do papel
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