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5 clichês que todo chefe deveria riscar do seu repertório

Chefes que repetem velhos clichês corporativos geram confusão e até desdém na equipe. Veja 5 frases feitas que é melhor eliminar do seu discurso


	Boca fechada: repetir velhos clichês corporativos confunde a equipe
 (GettyImages)

Boca fechada: repetir velhos clichês corporativos confunde a equipe (GettyImages)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 10 de abril de 2016 às 06h00.

São Paulo - O discurso corporativo está cheio de jargões, estrangeirismos e muitas - muitas - frases feitas. Não raro, os maiores propagadores de clichês dentro da empresa são os seus próprios líderes.

De acordo com o consultor de empresas britânico Bernard Marr, o problema de certas expressões está no seu uso excessivo e indiscriminado: elas até faziam sentido no passado, mas acabaram se tornando vazias pela repetição.

“O que talvez tenha sido um raciocínio original e inspirador na primeira vez em que foi dito virou material para séries e filmes de comédia sobre péssimos chefes”, escreve Marr em artigo para o LinkedIn Pulse.

Mas riscar clichês corporativos do seu repertório não é apenas uma forma de evitar o ridículo - e o consequente desdém da equipe que você lidera. 

Ao eliminar as expressões batidas, você também atualiza o seu discurso e passa a dizer frases que realmente significam algo. Com isso, você aumenta o seu poder de influência sobre os demais.

“Em vez de se render às expressões de sempre, use técnicas atualizadas de engajamento, gestão e liderança para ser o tipo de líder que se torna famoso - e não infame”, escreve o consultor.

No Pulse, Marr selecionou alguns dos clichês que todo chefe deveria eliminar do seu vocabulário. Confira a seguir alguns deles:

1. “Não existem perguntas idiotas”
O objetivo desta expressão é benevolente. Seu intuito é garantir que todos se sintam à vontade para expor suas dúvidas - quaisquer que sejam elas. Mas, na opinião de Marr, há uma certa demagogia por trás da expressão.

“Existem sim perguntas que não acrescentam nada e não fazem a conversa avançar”, escreve ele. Em vez de prometer uma falsa realidade - em que haveria todo o tempo do mundo para perguntas irrelevantes ou redundantes - um chefe deveria incentivar a equipe a otimizar sua comunicação e economizar o tempo alheio, diz o consultor.

2. “O cliente tem sempre razão”
Clichê dos clichês no mundo dos negócios, esta frase manda involuntariamente um recado pouco amigável para a equipe: o de que o chefe nunca estará do lado de seus subordinados, ainda que o cliente esteja completamente errado.

Ao proferir uma expressão como essa, diz Marr, o líder perde a confiança da sua equipe. No lugar de culpar o liderado de antemão por qualquer eventual conflito, o papel do chefe é mostrar a ele que todo cliente merece ser bem atendido - até quando, de fato, não tem um pingo de razão.

3. “Pense fora da caixa”
O problema deste clichê é que, na prática, a maioria das pessoas não faz ideia do que seja a tal “caixa” - e muito menos do que estaria fora dela.

Ao conduzir um processo criativo, explica o consultor britânico, não adianta nada usar frases de efeito. Segundo ele, é mais inteligente criar um processo estruturado para a inovação, bem como incentivar a equipe a buscar pontos de vista diferentes no dia a dia, com exemplos e situações concretas.

4. “Não dê 100% da sua capacidade, dê 110%”
“Além de ser impossível matematicamente, essa expressão sequer é compreendida pelos seus funcionários”, afirma Marr. “Você está pedindo para eles ficarem até mais tarde? Trabalharem na hora do almoço? Aumentarem a produtividade em 10%?”.

No lugar de expressar as suas expectativas de forma vaga e superlativa, é melhor estabelecer metas claras, concretas e específicas. Não ser claro quanto ao que você espera só servirá para deixar a equipe confusa, insegura e menos produtiva do que poderia ser.

5. “Fracassar não é uma opção”
Como no ponto anterior, esta expressão só seria possível em uma realidade alternativa. No mundo real, há uma infinidade de caminhos pelos quais um projeto, uma tarefa ou uma ideia podem naufragar.

Segundo Marr, muitos chefes usam esse clichê para encerrar um debate ou evitar perguntas sobre uma decisão questionável que precisaram tomar. “Em vez disso, defenda a sua decisão, incentive o debate, responda às perguntas difíceis e, se possível, procure com isso evitar o fracasso”, orienta o consultor.

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