Inglês (Devonyu/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2017 às 13h00.
Última atualização em 11 de outubro de 2017 às 13h00.
Vamos ser honestos? O maior obstáculo para adquirir fluência em inglês não está exatamente no professor, na escola ou na metodologia. Tem aluno que aprende, de um jeito ou de outro. Tem gente que aprende até sem escola (infelizmente para quem é dono de escola...).
Claro que escolas e professores de qualidade aceleram o processo, assim como escolas e professores ruins fazem com que seus alunos levem anos para chegar no nível “quase intermediário”.
É hora de aceitar que os dois maiores aceleradores da fluência são estas palavrinhas: engajamento e motivação.
“Mas engajamento e motivação não são praticamente a mesma coisa? ” A resposta é não.
Vamos falar primeiro de engajamento. Pense na seguinte situação. Está quase chegando a hora de você ir para a aula de inglês. Não importa se é aula particular, em escola, aula presencial, por Skype, ou um AVA (ambiente virtual de aprendizagem). Se você não está muito engajado, rapidamente sua mente busca uma lista de motivos para você não ir:
“Hoje foi um dia muito estressante, vou para casa descansar.”
“Estou com dor nas costas, não vou aguentar ficar sentado mais tempo. ”
“Quase não fiquei com meu filho no fim de semana, vou pra casa ficar com ele. ”
E por aí vai.
Veja que você não está mentindo, realmente as justificativas são compreensíveis. Você está recortando da sua vida cotidiana as “razões pelas quais você não deveria ir à aula de inglês hoje”. O problema não é fazer isso uma vez por ano. É fazer isso a cada quinze dias.
A mente é capaz de produzir qualquer lista, sobre qualquer coisa. Razões pelas quais você deveria pedir demissão – pronto, você tem aí pelo menos cinco motivos. Razões pelas quais você não deveria pedir demissão – você também tem!
Você está engajado quando:
1. Nem elabora essa lista mentalmente. Estabeleceu um compromisso de aprender inglês naquele dia e hora? Então você vai.
2. Elabora a lista, mas a rebate na hora, com a lista de contrapontos: razões pelas quais eu preciso/quero aprender inglês. E essa segunda lista o convence de ir, apesar da lista inicial.
Agora vamos falar de motivação. Pense na seguinte situação. Toda semana você cria uma lista de razões pelas quais você deveria desistir do curso:
“O professor não é perfeito, o curso não é perfeito, o material didático não é perfeito. E eu estou aqui pagando. Portanto, vou parar. ”
“Sei que inglês é importante, mas preciso pagar umas dívidas. Vou parar.”
“Estou muito ocupado, muito cansado. Vou parar agora, depois eu volto.”
Quando estamos motivados, encontramos um meio de realizar o que é necessário, apesar dos obstáculos, que sempre existirão. Sabe aquela máxima “quem quer realmente, dá um jeito e faz. Quem não quer, dá uma justificativa? ” É por aí.
Para se manter engajado e motivado, até conquistar a fluência:
1. Escolha a escola, o curso ou a modalidade que mais tem a ver com seu estilo de aprendizagem, com sua rotina, seus gostos e com seu bolso. Assim, algumas justificativas do tipo: “o curso é muito caro/a aula é muito cedo” nem entram na sua listinha nociva mental. Veja aqui, por exemplo, 5 prós e 5 contras de fazer um curso online de inglês.
2. Depois da sua escolha, entregue-se ao processo de aprendizagem, sem excesso de críticas a todos os elementos que compõem este processo. Conheço um aluno que, há 10 anos, critica tudo: cada professor do curso, cada material didático, o horário da aula, a aula por Skype, a aula presencial, a plataforma de estudos etc etc. Tudo é mudado no curso dele, e ele continua criticando. Está há anos sem dominar o idioma, sem se entregar ao aprendizado.
3. Rebata as “listinhas nocivas” assim que surgirem na sua mente, pois são elas que destroem seu engajamento e a sua motivação.
4. Escreva todos os motivos pelos quais você deve perseverar: como será bom entender as séries, as músicas, as pessoas quando viajar para fora do país; como será prazeroso enviar seu CV para todas as vagas sensacionais que requerem fluência em inglês, e ser contratado com um salário maior.
Rosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e da ProfCerto. Também é professora de técnicas de comunicação, gestão de pessoas e estratégia no curso de Pós-Graduação ADM da Fundação Getúlio Vargas.