Ronaldo Iabrudi, do Pão de Açúcar: gestão voltada para a expansão (Divulgação / VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 05h00.
São Paulo - E m janeiro, o Grupo Pão de Açúcar iniciará uma força-tarefa para contratar 20.000 pessoas — 40% mais do que costuma recrutar em um ano. Para isso, vai reforçar suas 23 células de seleção espalhadas pelo país, com núcleos especiais em São Paulo e Recife.
Tudo para que os candidatos possam ser entrevistados, participar de testes, fazer exames e até uma pré-integração num mesmo lugar. A meta é reduzir de 20 para dois dias o prazo de admissão.
Postos operacionais em unidades da empresa, como Extra, Assaí e Pão de Açúcar, representam a maior parte das vagas, mas há 1.000 cargos de nível superior, com salários de 3.500 a 12.000 reais. São vagas de gerente de loja e gerente regional, analistas e gerentes das áreas financeira, de marketing, de vendas e de RH.
Também devem ocorrer contratações, em menor escala, para o GPA Malls, unidade que cuida de shoppings. O grupo planeja um reaproveitamento da área de suas lojas. Isso permitirá instalar galerias e alugar os espaços.
“A ideia é criar lugares diferenciados de conveniência”, diz Peter Estermann, vice-presidente de infraestrutura e estratégia do Pão de Açúcar. A estratégia deve abrir postos de serviço para arquitetos e engenheiros, mão de obra que em outras ocasiões foi terceirizada.
O número alto de contratações dá mostras do plano de expansão da gestão de Ronaldo Iabrudi, que assumiu a presidência do grupo em janeiro deste ano, trazido pelo francês Casino. A ideia é aproveitar o ano para abrir distância dos concorrentes Carrefour e Walmart. “Os momentos difíceis para o mercado são excelentes para ganhar participação”, diz Antonio Salvador, vice-presidente de RH do Pão de Açúcar.
Para dar conta desse volume de contratações, o grupo terá de buscar gente em outros mercados, aposta Rodrigo Soares, diretor da Hays, empresa de recrutamento, de São Paulo. “Pessoas de áreas como serviços financeiros e e-commerce, que têm um histórico de ter rodado por diferentes áreas do negócio, são candidatas a essas oportunidades”, diz Rodrigo.
O segredo para atrair esses candidatos é acenar com a possibilidade de aprendizado que o varejo pode proporcionar. “É um setor em que é preciso alternar os chapéus de administrador, de vendedor e gestor”, diz Rodrigo. “Uma passagem pelo varejo sugere versatilidade.”
Apesar de ter fama de não ser um segmento promissor para fazer carreira, o varejo pode ser bom negócio em 2015. É um setor aquecido e por causa da grande rotatividade oferece possibilidade de crescimento a quem fica. Basta arregaçar as mangas e correr atrás dos resultados.