O13º deve ser utilizado com planejamento (CLAUDIA)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 18h45.
São Paulo - Neste ano, 82,3 milhões de trabalhadores vão receber o 13º salário, que começa a ser pago neste mês. Essa remuneração extra — de 1.663 reais, em média — é aguardada com ansiedade, principalmente por quem está endividado, já que permite uma folga no orçamento doméstico.
Dados da Federação das câmaras de dirigentes lojistas de São Paulo (FCDL-SP) apontam que, em 2013, 70% das pessoas que recebem o 13º deverão usá-lo para pagar dívidas ou despesas de início de ano, como impostos, matrícula dos filhos e material escolar.
Diferentemente de 2012, o brasileiro está mais cauteloso com relação à situação econômica do país e, por esse motivo, apenas 30% pretendem gastar o rendimento adicional com compras, reforma da casa ou investimentos na própria carreira. no entanto, quaisquer que sejam os planos, especialistas recomendam que, antes de sacar o recurso, o trabalhador faça um planejamento de como esse dinheiro será investido para evitar prejuízos.
Para isso, é preciso contabilizar dívidas, impostos, 13º de funcionários domésticos e gastos com a escola dos filhos para identificar prioridades. A seguir, confira algumas dicas para explorar da forma mais eficiente esse pagamento extra, viabilizar os projetos que dependem dele e economizar.
Plano 1 Pagar as dívidas
Enumere as cobranças existentes e classifque-as de acordo com os juros que incidem sobre cada uma delas. Pague primeiro as dívidas que cobram as maiores taxas, e não as mais caras ou com vencimento mais próximo.
Bônus e participação nos lucros da empresa também devem ser usados na quitação das dívidas, afinal, o ganho de nenhuma aplicação superará os juros do cheque especial ou do cartão de crédito.
Se o 13º não for suficiente para pagar tudo, solicite ao RH a antecipação do salário de férias ou a venda de alguns dias para a empresa. Não há incidência de imposto de renda sobre esse valor. Se não for possível, negocie com o banco um empréstimo com juros mais vantajosos do que o do cheque especial. Use o 13º para quitar antecipadamente boa parte desse financiamento.
Plano 2 Poupar para as despesas
Do começo do ano com o 13º em mãos, é preciso saber quais impostos e débitos deverão ser pagos integralmente em janeiro e quais poderão ser parcelados ao longo de 2014. Se possível, quite aqueles cujo pagamento antecipado rende desconto. A parcela única do IPTU, por exemplo,
tem desconto de 3% a 5%.
Considere fazer o pagamento adiantado de todo o ano escolar de seu filho. Algumas escolas concedem descontos de até 50%. Faça uma reserva com o 13° para pagamento do IPVA e licenciamento do veículo, mesmo que o vencimento não seja em janeiro. Em caso de atraso, a multa pode chegar a 20%, além de ser InFração de trânsIto, o que pode gerar aInda maIs prejuízos.
Plano 3 Reformar a casa
Faça da internet sua aliada. Pesquise os preços do material de construção em várias lojas antes de ir às compras, evitando que o orçamento saia do controle.
Contrate uma empresa com arquiteto ou engenheiro para tocar a obra. Apesar da percepção de que isso pode onerar o orçamento, esses profissionais têm como calcular quantidades exatas de material, evitando desperdícios e surpresas.
Considere pagar o material de construção à vista, com um bom desconto, e fazer a reforma depois, com o salário das férias. Mas fique atento: tintas têm prazo de validade, e cimento e rejunte são perecíveis.
Negocie um valor total para a mão de obra, de modo a evitar que o serviço se estenda indefinidamente.
Plano 4 Investir na formação profissional
O investimento em estudo é considerado pelos especialistas uma dívida boa. Segundo um estudo da fundação Getulio Vargas, a cada ano adicional de instrução, o salário aumenta 15%.
Usar o 13º como entrada para o MBA pode reduzir o valor das parcelas restantes, fazendo esse investimento pesar menos no orçamento. Caso tenha outras reservas que, somadas ao 13º, se aproximem do valor total da pós-graduação, tente negociar um bom desconto para o pagamento
à vista.
Para estudar no exterior, pesquise crédito estudantil no país de destino. As universidades americanas têm convênios para financiar o curso em até 15 anos, com juros de 5% anuais e pagamento após a conclusão. Use o 13º para gastos de manutenção.