Carreira

12 regras para contratar um coach

Estratégias para encontrar um bom orientador de carreira

sessão de coaching (Getty Images)

sessão de coaching (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 12h06.

São Paulo - A oferta de serviços de ­coach se multiplicou no Brasil nos últimos anos. O número de profissionais certificados nessa atividade subiu de 350, em 2009, para 1 100, em 2012, segundo pesquisa da consultoria PwC, que ouviu apenas as principais entidades formadoras.

O número pode ser bem maior se forem incluídos os aventureiros que obtiveram um certificado sem muito esforço numa instituição de pouca reputação. Isso tem ocorrido desde que se percebeu que virar coach pode ser um movimento de carreira mais ou menos fácil e barato — um prato cheio para oportunistas.

“Já houve caso de profissional que criou sites na internet para simular as instituições internacionais que o credenciaram como coach”, diz Sullivan França, da Sociedade Latino-Americana de Coaching (Slac), entidade certificadora de São Paulo.

Com a oferta disseminada, os preços baixaram e cresceu o número de profissionais que buscam por conta própria especialistas para resolver problemas de carreira. Trata-se de uma mudança de mercado, já que tradicionalmente são as empresas que contratam esse tipo de serviço para seus executivos.

O problema é que o cidadão comum tem dificuldade em avaliar um coach. “Chamam qualquer tipo de treinamento de coaching, o que é uma distorção”, afirma o psicólogo João Mendes, consultor sênior da Vicky Bloch Associados, de São Paulo, e coautor do livro Coaching Executivo — Uma Questão de Atitude (Ed. Campus). Veja os cuidados para contratar um serviço eficaz para sua carreira.

1 Não é terapia.

Existem psicólogos e psicoterapeutas trabalhando como coaches, mas os assuntos tratados nas sessões se limitam a questões profissionais. O trabalho pode jogar luz sobre determinados comportamentos no trabalho e ajudar o profissional a compreender como reage. Mas o coach não deve ter a pretensão de mexer em aspectos emocionais. Uma terapia toca em questões pessoais mais profundas, exige mais tempo e, provavelmente, mais dinheiro. Um coach não tem bagagem nem permissão para cuidar da saúde mental do cliente.

2 É individual.

Coaching é um trabalho íntimo e que exige atenção. Não existe coaching coletivo. 

3 O serviço tem um objetivo definido.

Esse ponto de desenvolvimento será o assunto das sessões. Existe um prazo determinado para que o serviço seja encerrado.

4 A vivência executiva do coach importa. 

Ele precisa ter passado pelas experiências profissionais que pretende ajudar os clientes a compreender e superar. Se ele foi gerente, pode auxiliar gerentes, mas não será capaz de orientar um diretor. “A experiência é um bom indício da qualidade que o processo terá”, diz João Mendes. 

5 Avalie a formação.

Existem dezenas de entidades certificadoras de coaches, mas poucas são realmente sérias. A maioria vende diplomas para profissionais sem gabarito. Cursos sérios são realizados por professores preparados, em salas com no máximo 20 alunos. Levam semanas e incluem conferências, leitura, lição de casa e atendimento supervisionado.

Avalie também a formação acadêmica: em que universidade se formou, se tem mestrado, se estudou fora. Você está contratando uma pessoa que deve proporcionar desenvolvimento profissional.

6 Disposição para cuidar faz a diferença.

Embora diferentes formações possam se especializar em coaching, a psicologia leva uma vantagem por ser a que mais estimula a capacidade de ouvir e compreender. Vale a pena checar se o coach tem algum diploma nessa área.

7 Rodagem profissional não é o bastante.

O repertório de executivo serve para dar parâmetros ao coach. Mas ele não deve tomar decisões pelo cliente. O coach deve estimular o desenvolvimento do profissional, sem fazer o trabalho dele. “se conhecer muito o mercado do cliente, O coach deve evitar partir para o aconselhamento”, diz Sullivan França, da SLAC.

8 A primeira sessão é de graça.

É de praxe que esse primeiro encontro ocorra sem cobrança de cachê. O objetivo é mesmo que o profissional e o cliente se conheçam e, principalmente alinhem expectativas a respeito do serviço. Se o coach notar que o caso da pessoa é de terapia, deve encaminhá-la a um especialista mais apropriado.

9 Cuidado com valores.

“É preciso desconfiar de quem cobra muito acima ou muito abaixo da média”, diz o coach Marcelo Milani, de São Paulo. Os valores de sessão variam demais — de 250 a 3 000 reais. Quem cobra caro deve ter experiência e clientes condizentes. Preços baixos são sinal de mau serviço. Atenção.

10 Defina um pacote.

É recomendável que a quantidade de sessões seja acertada previamente — em geral, são dez ou 15 encontros.

11 Nesse mercado, a experiência é medida em horas, como fazem os pilotos de avião.

Na International Coaching Federation (ICF), os credenciados são organizados em três níveis: 100 horas, 750 horas e 2 500 horas de atuação — estes últimos, com anos de lida, são chamados de master coaches e, óbvio, cobram mais. Mesmo assim, indague o ­coach a respeito dos últimos cursos que fez. “Apesar de experiente, ele precisa se manter atualizado”, diz Jorge Oliveira, presidente da seção brasileira da ICF, de São Paulo.

12 Peça referências.

O coach deve fornecer o contato de ex-clientes para que o profissional ouça a opinião de quem já fez sessões com ele. Desconfie se o coach se recusa a dar referências ou se a visão dos clientes diverge.

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