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Zona Franca de Manaus tem potencial para impulsionar economia do Brasil

Em webinar da FGV, representantes da indústria falam sobre dificuldades que o Polo Industrial de Manaus enfrenta para crescer

É preciso investir em inovação e pesquisa para uso industrial e na formação de capital intelectual (Leo Correa/Glow Media/AP)

É preciso investir em inovação e pesquisa para uso industrial e na formação de capital intelectual (Leo Correa/Glow Media/AP)

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Publicado em 21 de outubro de 2021 às 17h03.

Webinar promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no último dia 18, mostra o futuro da indústria da Amazônia. E como o Polo Industrial de Manaus (PIM) avança na adoção de práticas ESG, que é um movimento comum às empresas de todos os países, incluindo as 500 empresas instaladas no PIM.

“A Zona Franca ainda tem um potencial enorme de diversificação na bioeconomia, nas possibilidades imensas de exploração da produção local de frutas e manufatura dos minérios da região”, declara o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), Victor Bicca Neto, um dos participantes do encontro mediado pelo coordenador do Programa de Pós-Graduação em Finanças da FGV, Márcio Holland, e pelo diretor de Pesquisa da GV Agro, Daniel Vargas.

Assegurar a diversificação produtiva exige “mais investimentos em inovação e pesquisa para uso industrial e na formação de capital intelectual, como fizemos quando viemos para Manaus, no início da Zona Franca”, afirma o presidente a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, Marcos Fermanian acredita que investimentos não são despesas, mas essenciais.

“O polo impulsiona os setores de comércio e serviços. Todo o país tem a ganhar. Basta lembrar que as indústrias lá instaladas respondem por 34,3% do PIB do Amazonas, que está em terceiro lugar na sustentação do PIB nacional, atrás apenas de São Paulo e do Rio”, diz Fermanian.

A diversificação produtiva do polo e a interiorização das indústrias na Amazônia são também o caminho para manter e ampliar vagas de trabalho na região, uma forma de se contrapor à realidade da indústria 4.0, com setores cada vez mais robotizados.

A região é rica na oferta de produtos a explorar. “O buriti, fruta típica da região, além de doce e compota também produz um óleo excepcional para melhoria do processo fabril do plástico”, diz Nascimento, que lamenta que o Brasil exporte o minério de ferro em pelotas em vez de investir na indústria de transformação e exportar o produto já manufaturado em aço, por exemplo.

Daí a importância e a urgência de mais investimentos em pesquisas para o uso industrial das riquezas da região”, afirma o presidente.

O presidente da Abir afirma que o investimento em pesquisa é retorno certo em desenvolvimento e resultados positivos para o país diante do potencial de biodiversidade da Amazônia. Bicca ressalta, contudo, um dos maiores desafios para quem já está instalado na região e para a atração de novos investimentos: a insegurança jurídica.

“Temos de resolver essa questão de uma vez por todas. Estamos perdendo investimentos com tanta falta de ordenamento jurídico, com tantas mudanças em normas e leis”, afirma.

É a mesma cobrança feita por Nascimento e Fermanian, que aproveitou para acrescentar outro ponto de atenção: a Reforma Tributária em discussão no Congresso tem de ser “simples e justa”, não pode deixar de considerar as distintas realidades nacionais e precisa manter as “especificidades” do Polo Industrial de Manaus.

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