Cristiano Zanetta, o Batman brasileiro, que visita hospitais com a armadura do homem morcego (Divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 14 de novembro de 2022 às 08h27.
Se você tem uma empresa, ou depende de uma equipe, sabe das grandes dificuldades que é fazer com que o trabalho seja sempre executado da melhor forma possível. Afinal, trabalhar em equipe depende da contribuição de todos. Mas, dentro deste cenário, já parou para pensar que no mundo corporativo pode existir um vilão, ou até mesmo herói? Ou melhor, já se perguntou qual deles você é?
Bom, para introduzir esse assunto, antes temos que entender que para haver um herói, tem que surgir o vilão. E não seria diferente dentro de uma empresa. Para detectarmos em qual categoria cada um dos funcionários se encaixa, antes, é importante ter em mente que não existe apenas aquele que “faz coisas boas” ou aquele “que faz coisas ruins”, nesse meio termo também há outros perfis que devem ser identificados.
No ambiente corporativo (assim como nos quadrinhos e HQs), é possível identificar o vilão, o neutro, o anti-herói e o herói. No entanto, só conseguimos detectar estes perfis ao avaliar o nível de empatia de cada um, pois é na dificuldade que eles são realmente testados. E, nesse caso, sabemos que é a essência de um herói que faz com que sejamos mais humanos.
Desenvolvendo essa característica em cada um deles, muito provavelmente a liderança terá mais heróis dentro da organização do que qualquer outra coisa, pois o que difere a nossa ação, em relação a nossa ética, é a nossa conduta. Por isso é importante trabalhar a humanização dentro das corporações, e uma das alternativas para concretizar esta questão é o estímulo ao desenvolvimento de trabalhos sociais, por exemplo.
Mas, antes de explicar como desenvolver o lado mais humano de cada colaborador da empresa, vamos detectar em qual perfil ele/ela se encaixa:
Vilão: não tem empatia. Mas tem coragem de agir de uma forma totalmente negativa em benefício próprio. Ele quer o caos e a desordem.
Digamos que você é dono de uma loja de materiais de construção e, no ato de uma venda, seu funcionário mente para o cliente dizendo que o produto escolhido nunca foi danificado - sendo que na verdade o produto está -, para assim conseguir vender tal item pelo valor mais alto, não levando em consideração a segurança de quem está comprando.
Neutro: não tem coragem, mas ao mesmo tempo, não tem empatia. Como aquela pessoa que, quando alguém está se afogando, pega o celular e, ao invés de ligar para o bombeiro, começa a filmar.
Nesse caso, podemos usar como exemplo o funcionário de uma empresa “X”, que viu um colega fazer algo de errado e poderia ajudar, mas nada fez, pois não é problema dele.
Anti-herói: tem empatia, mas não tem compaixão. Não consegue sair da sua zona de conforto para ajudar ninguém, nem se sacrificar por isso. O anti-herói tem o benefício próprio em primeiro plano. É capaz de ser herói, ou vilão, e até mesmo não ser nenhum dos dois. Tudo depende da situação, e ela precisa apenas beneficiá-lo.
Por exemplo, você é o CEO de uma empresa, e dá sempre o seu melhor para todos os funcionários, treinamento e todos os cuidados necessários. Mas, quando a empresa está passando por um momento delicado, e precisa de algum colaborador (a), ele(a) fica do lado de outra companhia que ofereceu mais, não levando em consideração nada do que foi feito.
Herói: tem empatia e compaixão, se coloca no lugar da pessoa e sai do ponto de origem para ajudar o próximo. Mesmo colocando sua situação em risco.
Independente do cargo dentro de uma empresa, o herói inspira todas as pessoas ao seu redor. Ele entende a dor do outro, como um médico que não apenas vê o paciente como um número, mas, sim, como uma pessoa.
O ato de ser herói não consiste apenas na nobreza, mas também na forma como você inspira outras pessoas nos pequenos detalhes.
Desenvolvendo a empatia e compaixão
Ao contrário do que muitos acham, é possível desenvolver a sua empatia. Digamos que você quer aumentar o seu conhecimento sobre determinado assunto, o que precisa fazer? Estudar. Se você quer ter ganho de massa muscular, precisa malhar, certo? Logo, não seria diferente para trabalhar a empatia. E nesse caso, você precisa realizar trabalhos sociais.
Ou seja, para desenvolver essa habilidade é preciso não ter medo de sentir dor. É necessário sair da sua zona de conforto, literalmente.
E não se engane, pois o trabalho social, em hipótese alguma, deve ser melhor para si do que para os outros. Cultivando isso, individualmente e coletivamente dentro da sua empresa, é possível que o ambiente de trabalho seja mais propício, porque as dificuldades daquele lugar passam a não ser um empecilho, mas um desafio a mais para resolver, uma vez que todos ali envolvidos se colocam um no lugar do outro.
Os funcionários se preocupam em progredir e geralmente procuram se alinhar com organizações que lhes permitam aprender, crescer e se desenvolver como indivíduos. Além disso, é importante deixar claro que eles são valorizados e respeitados no local de trabalho. Há inclusive um estudo de 2018 do LinkedIn, que aponta que 94% dos funcionários permaneceriam em uma empresa por mais tempo se essas organizações investissem em suas carreiras, acreditando mais no potencial de cada um deles.
*Cristiano Zanetta é empresário, palestrante e filantropo e, há mais de 15 anos realiza visitas sociais em oncologias de hospitais por todo o país, utilizando a armadura do homem morcego
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